O ministro do Ambiente e Ação Climática afirmou que a lotação a mais ou incumprimento dos limites de ocupação nos transportes que tutela são “mesmo situações pontuais”. João Pedro Matos Fernandes foi confrontado no Parlamento com várias perguntas relativas à redução da oferta nos metros e autocarros de Lisboa e Porto anunciada depois do segundo confinamento geral. As empresas que já tinham reajustado a oferta aos fins de semana, adotaram os horários de verão depois do Governo ter dado decidido fechar as escolas.
“Há pouquíssimas noticias de sobrelotação” nas entidades tuteladas pelo Ministério do Ambiente — de fora está a CP e a linha de Sintra onde tem havido mais relatos de sobrelotação. “Não vou dizer que não andaram autocarros com lotação a mais e que não houve casos pontuais de incumprimento da regra de dois terços, mas são mesmo situações pontuais.” E não tem conhecimento de nenhum caso nas semanas mais recentes.
João Matos Fernandes sublinha que o Metro de Lisboa não encurtou os horários, mantendo a oferta nos primeiros e últimos horários do dia para servir os passageiros que vão trabalhar em limpeza ou na segurança de hospitais e outros serviços. O Metro de Lisboa tem tido uma operação regular, assinala, apesar de na semana passada o Metro de Lisboa ter 14 maquinistas infetados com Covid-19, para além de técnicos de manutenção.
Apesar das limitações, “nunca parámos”. Segundo o ministro, a queda de procura no Metro de Lisboa já no novo confinamento anda na casa dos 79% face ao mesmo período de 2020, em relação ao qual ainda não havia efeito da pandemia. Segundo dados dados no arranque da audição, entre março e dezembro do ano passado, a procura caiu 56%, tendo sido mais acentuada no Metro de Lisboa. Mas a oferta caiu apenas 3%, sobretudo em março e abril no primeiro confinamento.
“Por essa razão, apesar de episodicamente poder ter circulado uma carruagem mais cheia, a oferta superou largamente a procura, tendo sido possível assegurar a segurança das operações dos transportes”.
A queda de passageiros e a manutenção de um nível de oferta muito superior ao da procura, com a exceção dos tais “casos pontuais”, estiveram na origem do aumento muito substancial dos apoios financeiros transferidos para os operadores via Fundo Ambiental que em 2020 atingiu o valor mais elevado de 246,7 milhões de euros.