O secretário de Estado para a Transição Digital defendeu que a construção de “um Portugal mais digital só é possível com o envolvimento de todos” e que a estratégia ‘cloud’ para a Administração Pública vai proporcionar “ganho de eficiência”.

André de Aragão Azevedo falava no “‘Webmorning’ APDC” dedicado ao tema “Estratégia ‘cloud’ para a Administração Pública em Portugal”, organizado pela Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC). “Acreditamos mesmo que a construção de um Portugal mais digital só é possível de facto com o envolvimento de todos e, sobretudo, com uma colaboração muito estreita entre o setor público e o setor privado”, defendeu o governante.

O secretário de Estado para a Transição Digital destacou o contributo “muito ativo” de “um leque muito alargado de entidades” para a estratégia ‘cloud’ [armazenamento de dados em nuvem] para a Administração Pública (AP). “Este diploma e toda a documentação que agora seguirá cumpre um duplo objetivo: por um lado, vem definir os termos claros em que a AP deverá e poderá recorrer a serviços ‘cloud’, eliminando dúvidas e dissipando também alguns ‘fantasmas’ (…)” e, por outro, “torna mais nítido os termos exatos em que essa avaliação poderá e deverá ocorrer””, salientou o secretário de Estado.

“A ‘cloud’ deve ser sempre uma opção a ter em conta e deve na medida do possível ser de facto integrada como opção prioritária”, considerou André de Aragão Azevedo. Por exemplo, no que toca à velocidade, “temos que pensar que em 2021 não parece ser muito lógico que um projeto possa ter que ser adiado sobretudo por não existir capacidade de computação ‘in-house’ [interna] ou porque o ‘data center’ [centro de dados] da organização esgotou a sua capacidade”, prosseguiu o secretário de Estado para a Transição Digital”, salientando ainda que a “rapidez na resposta é essencial” para o sucesso de serviços que sejam lançados, quer no público como no privado.

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Apontou que em termos de indicadores internacionais, “Portugal surge abaixo da média europeia num dos pontos que tem a ver com a utilização dos serviços ‘cloud'”, quer no público, quer no privado.

É importante destacar aqui os objetivos que esta utilização da ‘cloud’ proporcionará à Administração Pública, de facto o ganho de eficiência, o menor esforço naquilo que é a gestão de sistemas dispersos e muito variados, a possibilidade de reduzirmos a capacidade excedentária que existe de computação na nossa Administração Pública”, prossegui o governante.

A utilização de soluções ‘cloud’ permitirá também a consolidação de equipas de tecnologias e que “podem por esta via, pelo ganho de eficiência, alocar-se ou focar-se mais nas aplicações de negócio, utilizar a tecnologia para alavancar o negócio”, salientou André de Aragão Azevedo.

“Naturalmente também a capacidade que a ‘cloud’ pode trazer em termos de reforço de mecanismos de cibersegurança e de privacidade” e da “promoção de introdução de novas tecnologias que já estão disponíveis no mercado e que são dificilmente replicáveis dentro de casa como infraestrutura única e exclusivamente ‘in-house'” são outros dos objetivos. “Destacaria também um aspeto muito relevante que tem a ver com a democratização do acesso a algumas tecnologias de ponta”, salientou, recordando que a estratégia da ‘cloud’ na AP faz parte do Plano de Transição Digital.

A vice-presidente da Entidade de Serviços Partilhados da Administração Pública (eSPap), Teresa Girbal, referiu que “a adoção da ‘cloud’ em termos de organismos da Administração Central já é de 33%”. No entanto, “se virmos nas câmaras municipais, essa adoção é praticamente de 50%”, acrescentou a responsável, na sua intervenção.

“Os serviços mais adquiridos são o correio eletrónico e o armazenamento de ficheiros, no entanto importa referir que 81% desses serviços é feita a prestadores de serviços e 43% em alojamento de centros de dados da AP”, sublinhou Teresa Girbal.