Os republicanos decidiram na quarta-feira manter no cargo a congressista Liz Cheney, terceira na hierarquia do partido na Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, apesar do seu apoio à destituição do ex-Presidente Donald Trump.

Em votação secreta, 145 congressistas republicanos votaram a favor de que Cheney continue a fazer parte da liderança do partido na câmara baixa do Congresso, com 61 votos contra.

Filha do antigo vice-presidente Dick Cheney (2001-2009), Liz Cheney fez parte dos dez republicanos que apoiaram a destituição de Trump, após a invasão do Congresso, em 06 de janeiro.

Numa declaração de voto, a congressista acusou Trump de ter incitado a multidão, considerando que se tratou da “maior traição de sempre por um Presidente dos Estados Unidos ao cargo e à Constituição”.

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Por essa razão, vários republicanos próximos do ex-Presidente norte-americano tinham apelado para que Cheney fosse removida do cargo, gerando divisões no partido.

Cheney recebeu o apoio tanto do líder republicano na câmara baixa, Kevin McCarthy, como do Senado, Mitch McConnell.

Na mesma reunião, os republicanos discutiram o futuro de Marjorie Taylor Greene, eleita para o Congresso nas últimas eleições, e envolvida na promoção de teorias da conspiração e incitamento à violência.

Integrando a ala mais radical do partido republicano, pró-armas de fogo e anti-aborto, Greene defendeu no passado o movimento ‘QAnon’ – que vem difundindo um conjunto de teorias da conspiração propagadas por apoiantes do ex-Presidente Trump, que associam o partido democrata a tráfico de crianças, canibalismo a rituais satânicos.

Em diversos vídeos nas redes sociais, Greene tem difundido mensagens racistas, antissemíticas e anti-islâmicas, além de atribuir massacres com armas automáticas, como o de 2017 num festival de música ‘country’, em Las Vegas, a conspirações de movimentos a favor da abolição do direito ao porte de armas de fogo.

Membros do partido democrata no Congresso fizeram um ultimato aos republicanos para que retirem Greene dos comités em que participa, estando a preparar uma votação de repreensão da congressista, que deverá decorrer na quinta-feira.

De acordo com a agência de notícias Efe, o líder republicano criticou os democratas por tentarem forçar a expulsão, condenando simultaneamente os comentários feitos por Greene.

“Comentários passados de Marjorie Taylor Greene sobre tiroteios em escolas, violência política ou teorias da conspiração antissemitas não representam os valores e crenças da Conferência Republicana. Condeno esses comentários inequivocamente”, disse.

De acordo com órgãos de comunicação norte-americanos, Greene recebeu uma ovação por parte de cerca de metade dos congressistas que participaram na reunião.