O português André Pires torna-se este ano no segundo português no Mundial de velocidade em motociclismo, depois de Miguel Oliveira, mas será o primeiro a tripular motas elétricas.

O português é apresentado esta terça-feira em Andorra pela equipa Avintia Esponsorama Racing e, aos 31 anos, ainda sonha com o MotoGP.

Foi um desafio impressionante, ainda nem acredito. Foram anos a tentar entrar no campeonato do mundo, a tentar fazer o máximo de provas internacionais. É um sonho tornado realidade”, disse o piloto de Vila Pouca de Aguiar (Vila Real) à Agência Lusa.

André Pires é um dos 18 pilotos confirmado na terceira temporada de MotoE, a categoria de motas elétricas que acompanha o Mundial de velocidade, em que milita Miguel Oliveira, e que inclui ainda as categorias Moto3, Moto2 e MotoGP.

No entanto, ao contrário das três categorias principais, a MotoE apenas está presente em alguns dos circuitos do Mundial de MotoGP.

O calendário de 2021 arranca em 02 de maio, em Jerez de la Frontera (Espanha), tendo seis provas na Europa.

O piloto português, que foi campeão nacional de 125GP em 2011, campeão nacional de Superstock 600 em 2012 e campeão nacional de Superbikes em 2014, conta, ainda, no currículo com sete participações no Grande Prémio de Macau (melhor lugar foi um 13.º) e uma na TT Ilha de Man.

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André Pires contactou várias equipas e a Avintia mostrou interesse nos serviços do piloto transmontano, que ainda terá de encontrar patrocínios para a equipa.

Se não conseguir patrocínios, vou ter de pôr o dinheiro do meu bolso e hipotecar tudo, a casa, o carro, o cão, tudo, mas não quero perder esta oportunidade”, frisou à Agência Lusa.

Para cumprir “o sonho”, terá, “provavelmente”, de deixar o emprego a tempo inteiro, para uma empresa de produção de eletricidade.

“É um campeonato do mundo, com um nível de exigência muito grande, pelo que terei de me dedicar a tempo inteiro à preparação”, explica.

O objetivo passa por “aprender” e “tentar ser o melhor dos oito ‘rookies’ [estreantes]” do campeonato.

Um dos poucos apoios com que conta é o do município de onde é natural, mas acredita que “é possível” encontrar parceiros que o apoiem nesta “aventura”.

Certo é que o sonho não fica por aqui e, depois da presença em MotoE, que tenciona repetir em 2022, sonha ainda com o MotoGP.

“É uma questão de adaptação e oportunidade. Mas, de qualquer forma, já estou dentro do campeonato do mundo”, frisa.

Ao todo, serão 18 pilotos de 10 países diferentes que irão competir este ano, incluindo o campeão de 2019, o italiano Matteo Ferrari ou a espanhola Maria Herrera.

Calendário de MotoE:

02 de maio GP de Espanha (Jerez de la Frontera)

16 de maio GP de Espanha (Le Mans)

06 de junho GP da Catalunha (Barcelona)

27 de junho GP da Holanda (Assen)

15 de agosto GP da Áustria (Spielberg)

19 de setembro GP de São Marino (Misano)