O enólogo Domingos Soares Franco, que soma 40 vindimas e 39 anos na empresa da sua família, a José Maria da Fonseca, foi distinguido com o Prémio Personalidade do Ano no Vinho” pela Revista de Vinhos.

A distinção integra a 24.ª edição da iniciativa “Os Melhores do Ano 2020” organizada por aquela publicação especializada, detida pelo grupo Essência do Vinho, para premiar todos os anos diferentes agentes do setor e da restauração.

Devido às restrições impostas pela Covid-19, os 24 prémios atribuídos este ano foram anunciados através de uma emissão especial online gravada antecipadamente e difundida na noite desta quinta-feira nas redes sociais da Revista de Vinhos, em vez do habitual jantar de gala.

A revista descreve Domingos Soares Franco como um “nome incontornável a enologia” portuguesa, “dos mais conhecedores das tendências internacionais, que tanto pode assumir o blend de um moscatel fortificado extraordinário como surpreender-nos com um vinho sem álcool”.

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O Prémio Homenagem foi para os irmãos António e Roberto Guedes, que dirigiram a Quinta da Aveleda até 2013 e contribuíram para que esta “uma das principais empresas portuguesas do vinho, ao faturar 39 milhões de euros anuais em resultado da produção de 19 milhões de garrafas”.

Casa da Passarella Vindima 2009 foi eleito Vinho do Ano, sendo este um tinto proveniente da Região do Dão, a empresa Fita Preta recebeu a distinção Produtor do Ano e o Prémio Produtor do Ano foi para Frederico Machado e Ricardo Alves, da Arribas Wine Company, que faz vinhos em Mogadouro, no Planalto Mirandês.

O Enólogo Revelação é Tiago Sampaio, Filipa Pato, “autora de alguns dos mais entusiasmantes vinhos da Bairrada da atualidade”, venceu a categoria Enóloga do Ano e o projeto Vila Oeiras, do município local e que “resgatou da previsível extinção o vinho fortificado de Oeiras”, foi considerado Produtor de Vinhos Fortificados do Ano.

O produtor Quinta do Crasto, do Douro, investiu um projeto que visa identificar e preservar castas ameaçadas e isso permitiu “a reposição de videiras mortas por variedades geneticamente idênticas, “o que lhe valeu o Prémio Inovação/Investigação.

Na secção gastronómica destes prémios, a empresa Lacticínios Marinhas, de Esposende, foi galardoada como Produtor Artesanal pelos seus queijos e pela sua manteiga, que já foi considerada por uma publicação internacional, a Wallpaper, como uma das “13 melhores do mundo”.

Ljubomir Stanisic é o Chef de Cozinha do Ano, “por ter sido uma das vozes mais escutadas do setor”, tendo sido o rosto do Movimento “Sobreviver a Pão e Água” que se destacou pelos seus protestos em finais de novembro de 2020, e porque semanas depois o seu restaurante, 100 Maneiras, em Lisboa, recebeu a primeira estrela Michelin.

O Solar dos Presuntos, também de Lisboa, ficou com o prémio Restaurante do Ano graças à sua cozinha de raiz tradicional com “uma atitude vanguarda” e o Vila Foz, do Porto, recebeu a distinção Restaurante com Melhor Serviço de Vinhos.

A cerimónia formal Os Melhores do Ano deste ano foi montada durante dois dias de gravações no Palácio da Bolsa, no Porto, e os premiados estiveram presentes. “Não quisemos deixar de premiar o mérito de quem está no vinho e na gastronomia, mais ainda por 2020 ter sido um ano muito difícil”, disse à agência Lusa Nuno Pires, da Essência do Vinho.

O gestor salienta que os prémios são “uma recompensa” para o setor vinícola que se mostrou “resiliente e dinâmico, apesar de tudo, até porque as exportações cresceram e os produtores nacionais reinventaram-se organizando muitas provas e conquistando novos mercados, o que é fabuloso”.