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Pote, o abre-latas declarado da equipa que aprende com os erros (a crónica do Marítimo-Sporting)

Este artigo tem mais de 3 anos

Marítimo era a única equipa que tinha vencido o Sporting internamente. Leões aprenderam com os erros da Taça e confiaram no abre-latas de serviço, Pote, para ganhar na Madeira e consolidar liderança.

O avançado português voltou aos golos depois de três jogos consecutivos sem marcar
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O avançado português voltou aos golos depois de três jogos consecutivos sem marcar

LUSA

O avançado português voltou aos golos depois de três jogos consecutivos sem marcar

LUSA

11 de janeiro. O Sporting aparecia no Funchal assente em seis vitórias consecutivas para três competições diferentes, na liderança da Primeira Liga, apurado para a final four da Taça da Liga e com o intuito de prosseguir na Taça de Portugal para continuar a lutar em três frentes — as únicas três frentes ainda disponíveis. Rúben Amorim fez algumas alterações, já pensar no Clássico com o FC Porto e numa ainda só eventual final da Taça daí a uma semana, e o Sporting perdeu. Perdeu, caiu na Taça de Portugal nos oitavos de final e deixou fugir um dos objetivos da temporada. A 11 de janeiro, o Marítimo tornou-se a única equipa portuguesa a vencer o Sporting esta temporada.

Quer isto dizer que, entre Primeira Liga, Taça da Liga e Taça de Portugal, os leões só foram derrotados nessa única ocasião, há menos de um mês, na Madeira. A ideia de que esse deslize, motivado pelos golos de Rodrigo Pinho e Léo Andrade, poderia acalmar a euforia que se vivia em Alvalade e abrir a porta a um período menos conseguido foi rapidamente afastada: nas semanas que se seguiram, o Sporting venceu o FC Porto, venceu o Sp. Braga para conquistar a Taça da Liga, venceu o Boavista e venceu o Benfica. Para trás, tinha ficado a derrota no Funchal e o empate em casa com o Rio Ave, logo quatro dias depois, que assustou os mais céticos do universo leonino.

Esta sexta-feira, o Sporting voltava à Madeira e ao Funchal para defrontar novamente o Marítimo, desta feita para o Campeonato. O contexto não poderia ser melhor: com o Benfica já a nove pontos e o empate do FC Porto no Jamor com o Belenenses SAD, uma vitória dos leões deixava a equipa de Rúben Amorim com seis pontos de distância na liderança da classificação. O plano era não cometer os mesmos erros cometidos em janeiro, no jogo da Taça — ou seja, limitar a euforia e preparar a partida com base nessa derrota.

“Já vivemos coisas muito más, não foi há muito tempo, fomos eliminados da Taça, tivemos um empate aqui em Alvalade e parecia que já havia muita gente a pôr coisas em causa. Nós trabalhamos da mesma forma e ninguém tem o lugar garantido. Esperamos uma equipa como na Taça, cinco defesas, três médios, dois avançados, uma equipa que vai esperar para atacar. Sofremos um golo de transição num passe em que o Palhinha escorregou e depois numa bola parada. Queremos marcar e estar concentrados para não sofrermos em transições e bolas paradas. O Marítimo não tem responsabilidades e joga de uma forma livre. Usámos muito o jogo passado para preparar este”, explicou Amorim, que já podia contar com os reforços Paulinho e João Pereira na convocatória mas ainda não tinha Matheus Reis, lateral contratado ao Rio Ave que ainda não está apto para competir.

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Ainda assim, e apesar dos nomes novos, o treinador leonino estava desprovido de três habituais titulares: Luís Neto, que viu o quinto cartão amarelo contra o Benfica; João Mário, que sofreu um traumatismo no pé esquerdo também contra os encarnados; e Nuno Mendes, que acusou fadiga muscular depois do dérbi e acabou por ser poupado. Gonçalo Inácio era o eleito para completar o trio defensivo, Matheus Nunes aparecia naturalmente no meio-campo ao lado de Palhinha e Antunes surgia na ala esquerda. O destaque óbvio ia para Paulinho, que se estreava com a camisola do Sporting logo no onze inicial, com Tiago Tomás a partir do banco de suplentes, assim como João Pereira. Do outro lado, Milton Mendes estava desprovido de duas das grandes referências da equipa, Rodrigo Pinho e Zainadine, e também não podia contar com os castigados Edgar Costa e Cláudio Winck.

O Sporting entrou a todo gás, com Antunes a finalizar a primeira oportunidade do jogo. Pedro Porro desequilibrou na direita, Pedro Gonçalves cruzou para a grande área e Paulinho, depois de receber, fez um passe atrasado para a entrada da grande área; Antunes rematou forte e rasteiro mas a bola passou ao lado (4′). A influência de Paulinho neste lance deixava desde logo perceber aquilo que o avançado ex-Sp. Braga pode trazer à equipa de Rúben Amorim: apesar de muito alto e de ter um enorme impacto enquanto referência ofensiva, o internacional português sabe jogar de costas para a baliza, ter uma grande agilidade de movimentos e ver mais do que somente a baliza. Além disso, Paulinho mostrava que não precisou de qualquer adaptação ao sistema leonino, já que para além de conhecer o treinador e o 3x4x3 que está a ser trabalhado, jogou precisamente neste esquema no Sp. Braga até à semana passada.

O jogador de 28 anos teve a primeira ocasião pouco depois, com um cabeceamento ao lado na sequência de um cruzamento de Pedro Porro (8′), mas o primeiro golo do jogo estava reservado para um movimento característico do Sporting. Gonçalo Inácio, o homem mais à direita do trio defensivo dos leões, tirou um passe vertical perfeito que solicitou a profundidade de Pedro Gonçalves; Amir saiu da baliza à procura da antecipação mas o avançado português, com um pormenor delicioso, ultrapassou o guarda-redes iraniano e rematou para a baliza deserta (9′), regressando aos golos depois de três partidas consecutivas sem marcar, o maior jejum desde o início da temporada.

Depois do golo, e à exceção de um remate cruzado de Pedro Porro que passou ao lado (17′), os leões tiraram o pé do acelerador e geriram a intensidade e o esforço — até porque a verdade era que o ritmo mediano chegava perfeitamente para controlar o resultado e as ocorrências. O Marítimo não conseguia aproximar-se da baliza de Adán, era constantemente parado pela pressão alta e eficaz do Sporting e raramente passava do meio-campo com a bola controlada. A equipa de Rúben Amorim, através do enorme acerto do trio defensivo sempre muito apoiado por João Palhinha, mantinha os blocos próximos e móveis, prontos para atacar o espaço e aproveitar um eventual erro adversário.

Apesar de Pedro Porro estar sempre muito em jogo, com arrancadas na faixa e combinações com Pedro Gonçalves ou assistências de Gonçalo Inácio que lhe permitiam rematar cruzado, saltava à vista o grande entendimento entre Nuno Santos e Antunes no lado contrário. No corredor esquerdo, o ala ia realizando aquela que era provavelmente a melhor exibição desde que chegou ao Sporting e entendia-se às mil maravilhas com o ex-Rio Ave, que fletia para zonas mais interiores para oferecer toda a faixa ao colega. Num desses momentos, já perto do intervalo, Antunes cruzou para a grande área e Amir desviou, com Pedro Gonçalves a cabecear ao lado na recarga (39′). No meio-campo, e tal como aconteceu contra o Benfica, Matheus Nunes estava em total evidência e aproveitava o caráter mais defensivo de Palhinha para aparecer muitas vezes em terrenos mais ofensivos e até em zona de finalização, ligando na perfeição o setor intermédio ao mais adiantado dos leões.

Na ida para o intervalo, o Sporting estava a ganhar de forma justa e tranquila e ia vingando a derrota na Madeira para a Taça de Portugal mas não deixava de ser terrivelmente eficaz, já que marcou no único remate enquadrado que fez.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Marítimo-Sporting:]

Na segunda parte, apesar da desvantagem, o Marítimo pouco ou nada alterou a forma de se apresentar na partida. O Sporting ficou muito perto de aumentar a vantagem logo no primeiro minuto do segundo tempo, com um toque de calcanhar de Paulinho na sequência de um cruzamento de Nuno Santos que Amir defendeu (46′), e depressa se percebeu que os leões nunca precisariam de acelerar muito para causar problemas no último terço adversário. Milton Mendes reagiu com as entradas de Alipour e Karo — sendo que este último, reforço de inverno, tinha passado o intervalo a realizar exercícios de aquecimento — mas o Sporting, logo no instante seguinte, voltou a fazer mexer o marcador.

Num lance que começou na direita mas rapidamente variou para o lado contrário, Antunes recebeu e cruzou para a grande área; Pedro Gonçalves, sozinho e sem qualquer oposição, rematou rasteiro para bater novamente Amir, bisando pela quinta vez esta época e chegando ao 14.º golo da temporada (57′). Além do destaque óbvio para Pote, que se tornava assim o natural homem do jogo, Antunes confirmava com uma assistência a exibição claramente positiva que estava a realizar.

Rúben Amorim reagiu à vantagem ampliada com a primeira substituição, ao tirar Paulinho — que acabou o primeiro jogo pelos leões sem golos mas com muitas ações importantes na grande área e na movimentação ofensiva da equipa — para lançar Tiago Tomás. De forma natural, o Sporting ofereceu a iniciativa ao Marítimo e recuou no terreno, optando por jogar no erro do adversário e na pressão alta ao portador da bola, soltando depois a velocidade dos elementos mais adiantados. Ainda assim, e apesar de ter muito mais bola nos últimos 20 minutos da partida, a equipa de Milton Mendes não conseguiu criar perigo e Adán saiu do Estádio dos Barreiros com apenas uma defesa, realizada num lance que foi anulado por fora de jogo.

Até ao fim, Daniel Bragança e João Pereira ainda entraram — com este último a estrear-se pelos leões pela terceira vez na carreira — mas o resultado já não voltou a alterar-se. Numa jornada em que aumentou a vantagem para os rivais diretos, com os empates do FC Porto e do Benfica, os leões têm agora uma distância de seis pontos para os dragões, nove para o Sp. Braga e 11 para os encarnados. Pedro Gonçalves, com dois golos e enquanto abre-latas do Sporting por ser exímio a abrir resultados, foi o grande porta-voz de uma equipa que aprendeu com os erros que cometeu no Funchal na Taça de Portugal e não deu qualquer hipótese ao Marítimo.

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