O secretário-geral do PCP afirmou este sábado que a denominada “bazuca europeia” de fundos para recuperação económica é “de pólvora seca” e chamou os comunistas a “reduplicar o trabalho para cumprir o seu insubstituível papel” junto de “trabalhadores e povo”.

Jerónimo de Sousa intervinha, de forma virtual, numa longa resenha histórica sobre os movimentos sindicais e o posicionamento do mais antigo e centenário partido político português, numa iniciativa intitulada “Os comunistas e o movimento sindical — uma intervenção decisiva para a organização, unidade e luta dos trabalhadores”.

“Anunciam-se programas de recuperação e milhares de milhões de euros em forma de bazuca, essa tão cantada arma que não se vê e que está apontada para o alvo errado. O que se programa são tiros de bazuca de pólvora seca dirigidos à solução dos verdadeiros problemas do país, mas eficazes para garantir aos mesmos de sempre, ao grande capital económico e financeiro, os meios e apoios necessários ao desenvolvimento dos seus interesseiros negócios e projetos”, disse.

Segundo o líder comunista, “será com o desenvolvimento da luta que se garantirá a defesa dos direitos e salários e se assegurarão novos avanços e conquistas das condições de vida e de trabalho”.

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“Vivemos um tempo em que os comunistas são chamados a reduplicar o trabalho para cumprir o seu insubstituível papel ao lado dos trabalhadores e do povo, combatendo a exploração e as injustiças. Estar onde estão os trabalhadores e as massas populares e trabalhar com elas, e com elas aprender e agir, continua a ser, e hoje com mais determinação, a palavra de ordem que mais se impõe concretizar”, continuou.

O histórico deputado à Assembleia da República referiu a atual crise pandémica e consequente crise económica para acusar “PSD, CDS e os seus sucedâneos da Iniciativa Liberal e do Chega” de cavalgar a circunstância “para relançar a sua política de desastre nacional, cada vez mais apostados nos seus projetos de mutilação e subversão da Constituição da República e em soprar soluções que trazem no bojo soluções autoritárias e antidemocráticas”.

“A pretexto da epidemia, milhares de trabalhadores foram despedidos e muitos outros estão em risco de o ser, os salários são cortados, os horários de trabalho alterados e impostos à força, os ritmos de trabalho intensificados, a precariedade promovida, ao mesmo tempo que somas colossais de fundos públicos são entregues a grupos económicos e financeiros e a multinacionais que acumularam milhares de milhões de euros de lucro”, condenou.