O Presidente norte-americano Joe Biden considera que o seu antecessor no cargo, Donald Trump, não deve receber briefings com informações confidenciais dos serviços secretos daqui em diante — contrariando o que é prática habitual com os antigos Presidentes dos Estados Unidos da América, que depois de deixarem a Casa Branca continuam tradicionalmente a receber informações classificadas.

A opinião de Joe Biden foi expressada numa entrevista do Presidente norte-americano ao programa “CBS Evening News with Norah O’Donnell”, da estação de televisão e rádio CBS. Para Biden, Trump evidenciou um “comportamento errático” e mostrou ser “perigoso” e “uma ameaça” — mas o Presidente norte-americano não quis especular sobre o que teme que possa acontecer no pior cenário caso Trump continue a receber informações confidenciais dos serviços de inteligência norte-americanos.

Preferia não especular em voz alta. Creio simplesmente que não há necessidade de ele receber os briefings dos serviços secretos. Que valor há em dar-lhe um briefing dos serviços secretos? Que impacto pode ele ter, se algum que não a hipótese de ‘deixar escapar’ e dizer alguma coisa?”, perguntou o Presidente dos EUA.

Segundo a publicação digital The Hill, a Casa Branca anunciou no início desta última semana que uma equipa de peritos em segurança nacional está a avaliar se Donald Trump deve ou não continuar a receber informações e atualizações dos Serviços Secretos depois de deixar de ser Presidente, algo habitual no institucionalismo americano.

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@ BRENDAN SMIALOWSKI/AFP via Getty Images

Biden não é o único a não concordar com a partilha de informação secreta com o ex-Presidente. Sue Gorden, uma oficial com carreira nos serviços secretos e que durante a administração Trump trabalhou como principal vice-diretora dos serviços de inteligência nacional, defendeu em texto publicado no Washington Post que Trump pode ser “invulgarmente vulnerável a agentes com intenções vis” e puxou dos galões da experiência para defender cuidados na partilha de informação confidencial: “Não faço esta recomendação casualmente. Faço-a baseando-me na minha compreensão profunda do que são as ameaças à segurança nacional, em décadas de proteção das nossas pessoas e interesses além fronteiras e na minha experiência a empregar meios técnicos para responder aos nossos adversários”.

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