Pela terceira vez na presente temporada, segunda olhando apenas para o Campeonato, o FC Porto não conseguiu segurar uma vantagem à entrada dos últimos cinco minutos do encontro, tal como já tinha acontecido por duas ocasiões frente ao Sporting, na Liga e na meia-final da Taça da Liga. Com isso, somou o quarto jogo sem ganhar em Braga. Pior que isso, e a breve prazo, os dragões levam três empates nas últimas cinco partidas, os dois mais recentes de forma consecutiva depois do nulo no Jamor frente ao Belenenses SAD. Ao todo, os azuis e brancos já perderam 14 pontos no Campeonato, tantos como tinham cedido na primeira época de Sérgio Conceição (2017/18).

As marcas em Corona, com Corona e por Corona (a crónica do Sp. Braga-FC Porto)

No entanto, e mais do que a frustração do resultado em si, um nome centrou todos os comentários portistas no final da partida, neste caso do adjunto Vítor Bruno pela expulsão de Sérgio Conceição após o golo do empate de Nico Gaitán no quarto minuto de descontos: Corona, o mexicano que foi expulso pela quarta vez desde que chegou ao Dragão (sempre no Campeonato) e que viu o quarto vermelho da temporada para jogadores dos azuis e brancos, falado sobretudo pelas cargas que sofreu do que propriamente por aquelas que valerem as admoestações.

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“Este empate é demasiado frustrante, a própria questão já por si encerra algum significado. Fomos melhores na grande maioria do tempo mas há uma altura em que, não se percebe bem porquê, o nosso melhor jogador, e não tenho problemas em dizê-lo apesar de termos um coletivo muito forte, é expulso. Enquanto esta permissividade continuar, enquanto continuarem a fazer do Corona um saco de batatas, desculpem a expressão, corremos o risco de não valorizar o espetáculo que queremos promover. É criminoso o que fazem ao Corona semanalmente, de três em três dias. Todos os intérpretes têm de meter a mão na consciência, temos de ter cuidado na forma como abordamos os lances, sob pena de ver os craques fugirem para outros campeonatos”, começou por referir o técnico adjunto dos azuis e brancos, na zona de entrevistas rápidas da Sport TV.

“Se vi as imagens da expulsão? Sim, vi as imagens. O Carlos [jornalista da Sport TV] também deve ter visto, toda a gente deve ter visto… Mas não tenho problemas em falar. O primeiro amarelo é um atentado ao futebol. O segundo, ok, posso aceitar. O primeiro, para um jogador como o Corona, que sofre como sofre… Às vezes, é como meter a bola num cofre. Depois, os cofres são assaltados, ou arrombados. Ele está no balneário a chorar, a chorar de dor por aquilo que sofre em campo. E a proteção que tem é esta”, prosseguiu a esse propósito.

[Ouça aqui a análise do antigo árbitro Pedro Henriques no Sem Falta da Rádio Observador]

“1º cartão a Corona é mal mostrado, mas o 2º não”. A análise de Pedro Henriques

Já sobre o encontro, Vítor Bruno explicou o objetivo que tinha nas substituições efetuadas pelo FC Porto, elogiou a capacidade que os jogadores tiveram para criarem uma oportunidade flagrante mesmo após o empate e relativizou a possibilidade de ver a diferença aumentada para oito pontos em caso de vitória do Sporting em Barcelos.

“As mexidas têm a ver com reajustes, cada jogador sabe qual é a sua missão dentro de campo. Houve necessidade de alterar, o Zaidu não podia continuar e o primeiro golo abana a estrutura da equipa. Tentámos manter a largura ocupada, na área estávamos bem preenchidos com muitas unidades. Na parte final, num lance fortuito, a bola cai num homem do Braga. A equipa dá sinal de ter uma reserva interior, de ir à procura de algo, mesmo quando o jogo nos põe à prova. Era merecido a bola do Marega ter entrado na parte final, pela alma que têm”, salientou. “Este é o curso natural de um Campeonato, uma maratona. Há muitos jogos para fazer, para conseguirmos chegar ao nosso grande objetivo. Vamos ver o que acontece amanhã [Benfica-Famalicão] ou depois de amanhã [Gil Vicente-Sporting]. Há que ir à luta, nunca fomos equipa de desistir”, completou.