A erosão de um glaciar dos Himalaias provocou o desaparecimento de 200 pessoas e, pelo menos, 19 mortes no norte da Índia, revela a RTP. O glaciar em causa estava no estado indiano de Uttarakhand, que é atravessado pela cadeia montanhosa dos Himalaias, e ao partir-se, este domingo, danificou uma barragem hidroelétrica e inundou rios próximos, o que originou inundações em grande escala.

As populações mais próximas foram deslocadas, mas teme-se que possam ter morrido muito mais pessoas do que aquelas até agora conhecidas com a erosão deste glaciar — uma massa de gelo de grandes dimensões que se forma nas montanhas. Os rios Dhauli Ganga e Alaknanda foram inundados de água e não só a barragem hidroelétrica de Rishiganga foi afetada como casas ficaram destruídas.

Pelas 7h30 de segunda-feira (hora de Portugal) 14 corpos já tinham sido resgatados depois do colapso.

Uma testemunha que vive na povoação de Raini, situada no mesmo estado de Uttarakhand, afirmou à Reuters ter visto formar-se uma parede de pó, pedras e água, como uma avalanche. Sanjay Singh Rana apontou: “Veio muito rápido, não deu tempo para alertar ninguém. Senti que mesmo nós [os habitantes daquela povoação] seríamos arrastados”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Entre as vítimas mortais e os desaparecidos deverão estar cerca de uma centena de pessoas que trabalhavam na barragem, chamada “Projeto hidroelétrico Rishiganga”. Foram ainda evacuadas outras barragens próximas.

Segundo o The Guardian, já foi possível salvar 12 pessoas que estavam presas num túnel perto de Tapovan, Chamoli — a zona do estado de Uttarakhand onde o glaciar se partiu, no entanto há ainda 35 trabalhadores dentro de um outro túnel e a equipa de salvamento está a tentar resgatá-los.

O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, já deixou uma mensagem na rede social Twitter afirmando estar a “monitorizar” a situação e solidarizando-se com a região: “Toda a Índia está do lado de Uttarakhand e a nação reza pela segurança de todos os que lá estão”.

Para o local foram destacados a Força Aérea indiana — que está a ajudar nas operações de resgate —, equipas de resposta a desastres e emergências e soldados e helicópteros do Exército indiano, que estão a fazer um reconhecimento da área.

Atualizado às 7h30 de dia 8 de fevereiro com novos dados e declarações