Dificilmente Francisco Trincão poderia ter um contexto mais complicado nos primeiros tempos no Barcelona, logo a começar pelo dia em que foi apresentado em termos oficiais no meio do furacão Messi e o pedido de rescisão do argentino. E foi também à sombra do capitão dos blaugrana que fez o arranque oficial. Depois, os jogos foram passando, os minutos sucederam-se e a afirmação tardava, ao ponto de ter sido apontado um empréstimo de seis meses para ter mais e melhores minutos de competição. Ficou. Mas nem por isso foi deixando de ser notícia.

“Quer sempre acabar a jogada e às vezes é preciso dar um passo atrás”: Barcelona volta a ganhar mas Trincão ainda não marcou

“Não é preciso ir muito rápido, o jogador está a trabalhar muito bem e está a tentar ter os seus minutos e jogos. Ele está no bom caminho, tem muita competição e contamos muito com ele para o futuro”, assegurou Ronald Koeman a meio de janeiro, sendo que, após o encontro com o Cornellá para a Taça, terá falado com o jogador pedindo mais quando era aposta. Mais recentemente, e também na Taça mas com o Granada, Jordi Alba terá mostrado também o seu descontentamento durante o jogo pedindo mais concentração ao português, tendo sido defendido em campo por Griezmann, que fez o gesto para o lateral ter mais calma com o internacional. Os jogos e os minutos passavam mas Trincão continuava à procura do golo que aumentasse a confiança. E surgiu da melhor forma.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Num encontro em que começou no banco, com Koeman a apostar em Dembelé, Griezmann e Braithwaite na frente, o Barcelona saiu para intervalo a perder em Sevilha com o Betis por 1-0 com um golo de Borja Iglesias (38′) e Leo Messi, no banco tendo em vista a primeira mão da meia-final da Taça de Espanha com o Sevilha, foi lançado aos 57′ a par de Trincão. Entraram e decidiram: o argentino fez o empate apenas dois minutos depois, Victor Ruíz marcou um autogolo (68′) e um golo (75′) e o português apontou o 3-2 com um grande remate ao ângulo (87′).

“Não era algo que precisasse, apenas fazia o meu trabalho, defensiva e ofensivamente, e se pudesse ser com golos, melhor. Estou sobretudo muito contente com a vitória”, comentou na zona de entrevistas rápidas, depois de uma exibição descrita pelo Sport como “o aparecimento do Trincão dos vídeos”, que foi um “apóstolo privilegiado” de mais uma presença decisiva do Diós Messi a entrar e a mudar por completo o cariz do encontro.

“Na segunda parte conseguimos mudar a nossa atitude e isso foi muito importante para a vitória. No primeiro tempo as duas equipas estavam com algum medo de arriscar, depois arriscámos mais e ganhámos. Sim, é verdade que recebi muito alento por parte dos meus companheiros depois do golo, é bom. Sabiam que estava há algum tempo à procura desde golo. Mas para mim é igual marcar o 5-0 ou o golo decisivo da reviravolta, o importante é ganhar. Trabalho todos os dias para tentar ajudar a equipa e sei que tenho de tentar chutar mais. Hoje chutei e tive sorte”, acrescentou o extremo contratado na última temporada ao Sp. Braga por 31 milhões de euros.