Desde 29 de dezembro que Portugal não descia do patamar dos mais de três mil novos casos, diariamente, tendo atingido um máximo de 16.432 novos casos um mês depois, a 28 de janeiro. Esta segunda-feira o relatório da Direção-geral da Saúde reporta 2.505 novos casos, o valor mais baixo desde 28 de dezembro quando o relatório indicava a infeção de mais 2.093 pessoas em Portugal. No que diz respeito ao número de mortos a tendência também é de descida. Pelo terceiro dia consecutivo o total de mortos é inferior ao dia anterior, tendo baixado da fasquia das duas centenas a que chegou a 19 de janeiro (e onde se manteve). Esta segunda-feira o boletim reporta a morte de 196 pessoas, 100 das quais em Lisboa e Vale do Tejo.
Para quem está fora das unidades de saúde estes números até podem ser animadores e dar sinais de que o pior já ficou para trás, mas há outros indicadores no boletim que é necessário observar com atenção e que são determinantes para as unidades de saúde. Falamos dos números de internamentos em enfermaria geral e em unidades de cuidados intensivos. Depois de cinco dias a descer, o boletim de domingo e desta segunda-feira reportam uma realidade diferente.
Boletim DGS. A terceira vaga já se foi? Nos internamentos e cuidados intensivos, nem por sombras
Às zero horas desta segunda-feira havia 6.344 pessoas internadas em hospitais das quais 877 precisavam de cuidados diferenciados e ocupavam camas nas unidades de cuidados intensivos. Em 48 horas são mais 186 pessoas nos hospitais. Se durante o dia de sábado 26 pessoas saíram dos cuidados intensivos, no domingo entraram mais 12.
Lisboa e Vale do Tejo foi no domingo a região que registou um maior número de novos casos. Dos 2.505 novos casos 1.760 foram notificados nesta região do país. Segue-se a região Norte com mais 379 novos casos, o Centro com 177, Algarve com 61, Alentejo com 60, Madeira com 58 novos casos e os Açores penas com uma dezena de pessoas com diagnóstico de Covid-19 positivo no domingo.
Em sintonia, além de ser a região com maior número de casos registados em 24 horas, registou também o número mais elevado de mortes no mesmo período (100). Na região Centro morreram 38 pessoas infetadas com a Covid-19, a Norte 32, no Alentejo 19, no Algarve quatro e na Madeira três.
E se é preciso recuar a 28 de dezembro para encontrar um boletim com o número de novos casos mais aproximado (cerca de 2.100), a realidade que se vivia nos hospitais a essa data era bem diferente. Havia às 00 horas de 28 de dezembro 2.967 pessoas internadas, das quais 503 estavam em unidades de cuidados intensivos. Ou seja, a pressão nos hospitais continua muito alta, longe da realidade que Portugal vivia em dezembro, numa altura em que o número de novos casos começou a subir exponencialmente. Eram menos de metade os internados e menos 377 pessoas a necessitar de camas de tratamento diferenciado nos cuidados intensivos.
Primeira semana de fevereiro com menos de metade dos casos da última de janeiro
Começam a notar-se os efeitos do confinamento mais restrito. Entre os dias 1 e 8 de fevereiro registaram-se em Portugal mais 46.560 novos casos, um número bastante inferior à semana anterior, no final de janeiro. Entre 24 e 31 de janeiro Portugal teve mais 96.047 novos casos. O número agora registado está mais próximo da realidade que se vivia entre 1 e 8 de janeiro, quando foram confirmados mais 52.031 casos. Ainda assim, bastante distante daquilo que acontecia no início de dezembro, quando o número de novos casos rondava a média de 4 mil por dia, totalizando 29.915 entre 1 e 8 de dezembro.