O governo holandês anunciou esta segunda-feira o prolongamento do recolher obrigatório até 2 de março, medida para continuar a travar a propagação da Covid-19 e que tem estado na origem dos piores incidentes registados no país dos últimos 40 anos.

Em vigor entre as 21h e as 4h30 desde 23 de janeiro, o primeiro recolher obrigatório nos Países Baixos desde a Segunda Guerra Mundial deveria terminaria a 10 deste mês (próxima quarta-feira).

Para justificar o prolongamento do recolher obrigatório por mais três semanas, o Governo dos Países Baixos, num comunicado saído de uma reunião interministerial do executivo, considerou a medida “necessária devido às novas variantes mais contagiosas do novo coronavírus”

Segundo o governo, mais de 95% dos holandeses respeitaram o recolher obrigatório, bem como outras medidas para combater a Covid-19, como a limitação do número de visitantes a uma pessoa por família e por dia e a proibição de voos de e para certos países.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Na semana passada, Haia já tinha prolongado as outras restrições também até 2 de março, como o encerramento de bares, restaurantes e de lojas não essenciais, apesar de autorizar, desde esta segunda-feira, a abertura da maioria das escolas primárias.

A instauração do recolher obrigatório, imposta a 23 de janeiro, desencadeou uma série de incidentes no país, com a polícia a utilizar canhões de água e gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes, nomeadamente em Amesterdão, Roterdão, Haia e Eindhoven, tendo detido cerca de 400 pessoas.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, descreveu os manifestantes como “criminosos”, enquanto um de seus ministros preferiu a expressão “escória”.

Várias pessoas consideradas culpadas de violência durante esses distúrbios foram condenadas a curtas penas de prisão ou serviço comunitário.

Covid-19. Polícia e manifestantes em confronto na Holanda devido ao confinamento