A Rússia denunciou como uma medida “infundada” e “hostil” o anúncio pela Alemanha, Polónia e Suécia da expulsão de diplomatas russos em represália por uma medida similar decidida previamente por Moscovo.

A decisão adotada pela Polónia, Alemanha e Suécia é infundada e hostil“, declarou Maria Zakharova, porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em declarações à televisão pública Rossia 1, denunciando de novo a “ingerência” ocidental nos assuntos internos da Rússia.

A Alemanha, a Polónia e a Suécia tinham anunciado pouco antes a expulsão de diplomatas russos em represália por uma medida idêntica decidida na sexta-feira por Moscovo e no âmbito do caso Navalny. Berlim, Varsóvia e Estocolmo vão expulsar cada um um diplomata russo em serviço nos respetivos países, anunciaram quase em simultâneo as três capitais.

“Esta medida é uma resposta do governo [alemão] a uma decisão tomada em 5 de fevereiro pela Federação da Rússia” de expulsar um diplomata alemão que apenas “procurava informar-se por meios legais sobre a evolução da situação no terreno”, assinalou em comunicado o ministério dos Negócios Estrangeiros alemão.

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O governo sueco, por sua vez, “informou o embaixador da Rússia que uma pessoa da embaixada deverá abandonar a Suécia. É uma resposta clara à decisão inaceitável de expulsar um diplomata sueco que apenas estava a cumprir as suas funções”, declarou a ministra Ann Linde no Twitter.

“Em resposta à injustificada expulsão de um diplomata polaco, o MNE [Ministério dos Negócios Estrangeiros] decidiu, em coordenação com a Alemanha e a Suécia, reconhecer como ‘persona non grata’ um funcionário do consulado geral da Rússia em Poznan [oeste]”, indicou num ‘tweet’ do ministério polaco.

Na sexta-feira, a Rússia declarou ‘persona non grata’ diplomatas da Alemanha, Polónia e Suécia, acusando-os de participar em manifestações de apoio ao opositor Alexei Navalny, detido desde 17 de janeiro, um anúncio que surgiu no dia da visita do chefe da diplomacia europeia. Josep Borrell, a Moscovo.

A presença dos diplomatas em concentrações “ilegais em 23 de janeiro” de apoio a Navalny em São Petersburgo e Moscovo é “inaceitável e incompatível com o seu estatuto”, informou no comunicado o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Rússia.

A expulsão “injustificada” dos diplomatas revela “uma faceta suplementar do que se passa atualmente na Rússia e que pouco tem a ver com um Estado de direito”, considerou numa resposta quase imediata a chanceler alemã, Angela Merkel.