O grupo parlamentar do CDS-PP entregou esta quarta-feira na Assembleia da República um projeto de voto no qual manifesta preocupação pelo “recrudescimento do fenómeno de antissemitismo” e condena “todos os seus atos e mensagens” associadas.

Com este “projeto de voto de preocupação”, os centristas querem que o parlamento manifeste “a sua preocupação pelo recrudescimento do fenómeno de antissemitismo, condenando todos os seus atos e mensagens que lhe estejam associadas”.

O líder parlamentar do CDS-PP, Telmo Correia, que assina a iniciativa, refere que “nos últimos anos, um pouco por todo o mundo e um modo particular em alguns países europeus”, este “preconceito e o consequente sentimento de ódio contra os judeus tem encontrado expressão em atos e em discursos de extremistas políticos ou fanáticos religiosos”, que “vão desde a ataques a sinagogas, a escolas judaicas, a profanação de cemitérios judaicos, ou a divulgação de comentários antissemitas”.

Telmo Correia considera também “particularmente preocupante a divulgação de mensagens nas redes sociais que, reproduzindo estereótipos de ódio, procuram instigar contra o povo judaico”, especialmente “quando provêm de figuras públicas que, pelo seu passado, se considerariam insuspeitos no seu apego a valores democráticos”.

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Referimo-nos ao caso da divulgação de mensagens pelo ex-capitão de abril, Sousa e Castro, outrora galardoado com a Ordem da Liberdade, que publicou a seguinte mensagem: “os judeus, como dominam a finança mundial, compraram e têm as vacinas que quiseram. É uma espécie de vingança histórica. E mais não digo antes que os bulldogs sionistas salte”, especifica.

O líder parlamentar assinala que “estas inaceitáveis declarações são de inequívoco conteúdo antissemita e já mereceram a condenação de diversas organizações judaicas nacionais e internacionais”.

A Assembleia da República que, em boa hora, decidiu atribuir à figura heroica de Aristides Sousa Mendes honras no Panteão Nacional e que nunca deixou de evocar os horrores do Holocausto, prestando homenagem aos seus milhões de vítimas, não pode agora ignorar nem deixar passar em claro este ressurgimento de fenómenos de antissemitismo”, defende ainda.