Giovani e os três amigos cabo-verdianos foram agredidos por um pau e vários cintos à saída de um bar em Bragança, no dia 21 de dezembro, revelaram dois dos arguidos que começaram a ser ouvidos esta quarta-feira em tribunal. O estudante de 21 anos foi encontrado inanimado pela PSP, a cerca de 500 metros do estabelecimento comercial, e o óbito foi declarado a 31 de dezembro, após dez dias em morte cerebral.

Segundo o Jornal de Notícias, Bruno Fará e Jorge Liberato foram os primeiros a falar, admitiram estar envolvidos na rixa à saída de um bar, mas nenhum assumiu ter agredido a vítima mortal. Durante a primeira sessão do julgamento, Bruno Fará contou que foi a casa buscar um pau,  que usou para bater nas costas de Valdo. O pau acabou por se partir em dois e, de acordo com o arguido, foi usado por outros agressores.

Jorge Liberato assegura que não agrediu ninguém, mas admite que tinha na sua posse uma soqueira, que foi usada por outra pessoa para agredir os jovens cabo-verdianos. O arguido confirma ainda que foram usados cintos e viu Giovani ser agredido com o pau, apesar de não conseguir precisar se foi na cabeça ou no ombro.

Os arguidos foram ouvidos durante várias horas e estão acusados de coautoria de homicídio, com dolo eventual, e de três crimes de ofensas à integridade física de três cabo-verdianos amigos de Giovani.

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A defesa pretende provar que o traumatismo craniano, que terá sido a razão da morte, foi causado pela queda que Giovani alegamente deu numas escadas e não pelas agressões dos arguidos. Para defender esta tese foi citado o relatório da autópsia, onde é possível ler que a morte resultou de um choque violento com algo contundente. Assim, a defesa considera que a causa do traumatismo é inconclusiva, podendo este ser das agressões ou queda.

Ricardo Vara Cavaleiro, advogado de um dos arguidos, diz mesmo que pretende apresentar um parecer médico-legal de Duarte Nuno Vieira, perito da ONU e ex-presidente do Instituto Nacional de Medicina Legal que aponta a queda como a causa mais provável da morte.

O advogado dos pais de Giovani, Paulo Abreu, defende a tese aposta – que foram as agressões que mataram o jovem – e considera que a autópsia “não é inconclusiva”. A defesa não revelou a indemnização, mas o JN revela que chegará aos 300 mil euros.