A Câmara de Lisboa aprovou a criação de um Plano Municipal de Prevenção da Obesidade Infantil que pretende sensibilizar todas as crianças e adolescentes em idade escolar para a doença, assim como promover hábitos saudáveis.

A proposta, apresentada pelo PSD na reunião privada do executivo municipal presidido por Fernando Medina (PS) teve a abstenção do PCP e os votos favoráveis das restantes forças políticas.

O documento prevê igualmente o desenvolvimento de uma campanha, “de forma imediata”, de prevenção da obesidade infantil, “promovendo hábitos de vida saudável durante o confinamento, dirigida a todas as crianças e adolescentes em idade escolar residentes em Lisboa, que deverá ser veiculada pelas redes sociais e, eventualmente também, pela plataforma +Sucesso Escolar”.

A vereação do PSD defende que é urgente a promoção de hábitos saudáveis “para que os problemas de excesso de peso e de obesidade não se agravem devido à pandemia e para que todo o importante trabalho desenvolvido nesta área concreta não tenha sido em vão”.

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Com base em dados da Associação Portuguesa Contra a Obesidade Infantil, “estima-se que o confinamento tenha um impacto direto no peso corporal das crianças que se poderá traduzir num aumento médio de 10%”, refere a proposta, acrescentando que alguns estudos já haviam concluído que “durante as férias escolares se assistia a um aumento de peso”.

A obesidade representa também um fator de risco para o desenvolvimento de complicações no contexto de infeção por Covid-19″, lê-se no documento.

Num inquérito divulgado pela Direção-Geral da Saúde conclui-se que “durante o período do primeiro confinamento, 31,4% dos portugueses passaram a petiscar mais ao longo do dia, sobretudo ‘snacks’, tendo sido a faixa etária mais jovem entrevistada (16-34 anos) a adotar os comportamentos alimentares menos saudáveis”.

A obesidade infantil é considerada pela OMS [Organização Mundial de Saúde] um dos mais sérios desafios de saúde pública do século XXI. As crianças com excesso de peso ou obesidade têm maior probabilidade de desenvolver, ainda numa idade jovem, diabetes ou doenças cardiovasculares”, escreve ainda o PSD.