As exportações portuguesas de metalurgia e metalomecânica recuaram 12,7%, para 17.100 milhões de euros, em 2020 face a 2019, refletindo “o forte impacto” da pandemia e “a incerteza criada pelo Brexit”, informou a associação setorial.

Num ano especialmente difícil e desafiante, o Metal Portugal voltou a demonstrar a sua importância, representando cerca de 34% das exportações da indústria transformadora na sua globalidade e sendo responsável por cerca de 17.100 milhões de euros de exportações em 2020“, refere a Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) em comunicado.

De acordo com a associação, o decréscimo de 12,7% relativamente ao período homólogo reflete “o forte impacto da pandemia da Covid-19, todas as medidas que a esta se associaram, especialmente no primeiro semestre do ano, e a incerteza criada no mercado pelo Brexit”. Considerando apenas o mês de dezembro de 2020, as exportações somaram 1.291 milhões de euros, menos 8,8% do que no mesmo período do ano anterior. “Ainda assim, nota a AIMMAP, o último quadrimestre do ano foi bastante positivo, tendo-se registado um crescimento homólogo de 0,5%“.

Analisando o desempenho do setor ao longo de 2020, a associação salienta que, durante sete meses consecutivos, se registaram quebras homólogas “que, nalguns períodos, chegaram a atingir os 50%”. Contudo, “a partir de agosto [o setor] conseguiu recuperar para terreno positivo, tendo registado depois disso três dos melhores cinco meses de sempre nas exportações, sendo um destes o melhor mês de sempre (outubro de 2020)”.

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As exportações de 2020 tiveram na diversificação dos mercados a grande atenuante”, refere a associação.

Assim, apesar da quebra registada em “mercados tradicionais” como Alemanha, Espanha, França, Itália, Reino Unido e Estados Unidos, o “aparecimento e crescimento” em mercados extra União Europeia, como o Japão, Taiwan, Coreia do Sul, Nova Zelândia, Austrália e Turquia, “fez com que este decréscimo fosse atenuado”.

O ano de 2020 trouxe-nos muitos desafios, como os adiamentos que registámos no primeiro semestre ou as restrições que as empresas do Metal Portugal têm vindo a enfrentar face à pandemia”, afirma o vice-presidente da AIMMAP, citado no comunicado.

Rafael Campos Pereira salienta, contudo, que apesar dos sete meses em que apresentou “valores muito aquém daquilo que o setor está habituado“, este acabou por conseguir “quatro meses consecutivos de crescimento homólogo, período no qual se registaram três dos cinco melhores meses de sempre do setor e no qual se registou o melhor mês de sempre, em outubro de 2020″.

O papel do Metal Portugal na economia nacional é inquestionavelmente importante e isso repara-se quando verificamos que, nos últimos 10 anos, as nossas exportações do setor cresceram 65,2%”, remata.