São Tomé e Príncipe registou 93 infeções pelo SARS-CoV-2 e um óbito nas últimas 48 horas, elevando para 19 mortes e para 1.478 casos, e vai prolongar o estado de calamidade face à transmissão “exponencial”. A porta-voz do Ministério da Saúde, Isabel dos Santos, disse que a vítima mortal da Covid-19 é uma mulher de 82 anos que faleceu no hospital de campanha, instalado no Centro de Estágio da Federação São-tomense de Futebol, na capital do país.

Quanto aos novos casos de infeção, 47 foram registados nas últimas 24 horas, sendo todos na ilha de São Tomé, onde também se encontram sob vigilância em isolamento domiciliar 340 pacientes, estando dois internados no hospital de campanha. Desde quinta-feira foram dados como recuperados seis infetados na ilha de São Tomé.

Na ilha do Príncipe estão em isolamento domiciliar 17 pessoas. O Comité de Crise reuniu-se e decidiu prorrogar o estado de calamidade por mais 15 dias, uma medida que será, entretanto, anunciada na segunda-feira em comunicado do Conselho de Ministros. “Orientou no sentido de mantermos o estado de calamidade para os próximos 15 dias, onde as medidas de forma mais detalhada sairão em comunicado”, disse o ministro da Saúde, Edgar Neves, que foi o porta-voz do encontro.

O Comité de Crise analisou o estado epidemiológico do país em relação à Covid-19 e classificou a transmissão da pandemia em São Tomé e Príncipe como “exponencial”.

Analisámos a situação epidemiológica da evolução da pandemia da Covid-19 no nosso país e temos vindo a registar um aumento progressivo de número de casos ao longo do mês de janeiro até a presente data, quer em São Tomé e na Região Autónoma do Príncipe, e urge travar a transmissão que vem sendo de forma exponencial”, disse o ministro da Saúde.

Entre as recomendações saídas do encontro, o Comité de Crise decidiu que é preciso “melhorar o grau de eficácia da aplicação das medidas já conhecidas”, entre elas a higienização, o distanciamento social e uso correto de máscaras. O Comité de Crise recomendou também a melhoria na comunicação e alerta à população de que o país vive atualmente uma situação de risco acrescido.

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Perante estes números, 93 casos positivos apenas em 48 horas, nós deixamos mais uma vez a mensagem de alerta a toda a nossa população que vivemos uma situação de altíssimo risco, que obriga a que todos nós nos convertamos, de facto, em agentes de saúde publica”, referiu Edgar Neves, à saída do encontro que demorou mais de três horas, no Palácio do Governo.

De acordo com o governante, o Comité “orientou para que tudo seja feito para que haja um aumento da capacidade de resposta técnica” do laboratório de referência onde são feitos as análises PCR.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.368.493 mortos no mundo, resultantes de mais de 107,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 15.034 pessoas dos 781.223 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.