A coordenadora residente das Nações Unidas em Angola está a acompanhar atentamente a situação ocorrida, no dia 30 de janeiro passado, em Cafunfo, província da Lunda Norte, e a aguarda expectante o resultado das investigações em curso.

Uma nota do gabinete da coordenadora residente da ONU em Angola, Zahira Virani, a que agência Lusa teve acesso esta sexta-feira, refere que estão atentos a todas as situações onde haja perda de vidas humanas e que possam pôr em risco os ganhos que o país tem alcançado no que toca à defesa dos direitos humanos e dos valores democráticos.

Em causa está um confronto entre a polícia e manifestantes, por uma alegada tentativa de invasão de uma esquadra policial, que as autoridades classificaram como rebelião armada, que culminou com seis mortos, cinco feridos e 16 detidos, segundo dados oficiais, que são contrariados pelo Movimento do Protetorado Português Lunda Tchokwe (MPPLT), promotores da manifestação, que falam em pelo menos 25 mortes.

“As Nações Unidas apelam à calma e ao diálogo, enfatizando o valioso papel e experiência de Angola no que toca à estabilidade da região, o que demonstra a capacidade do país na resolução pacífica de conflitos”, salienta-se no documento.

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No final, o compromisso de cooperar com os Estados-membros e com os vários parceiros de todos os setores que contribuem para o desenvolvimento de Angola foi reiterado pelas Nações Unidas.

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Na passada terça-feira, deputados da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), da Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral (CASA-CE) e do Partido de Renovação Social (PRS), oposição angolana, anunciaram que os incidentes de Cafunfo resultaram em 23 mortos, 21 feridos e 10 pessoas desaparecidas, afirmando que as forças policiais “dispararam indiscriminadamente contra os cidadãos”.

Na quarta-feira, a UNITA reviu estes números, ao divulgar um relatório dos cinco deputados que se deslocaram a Cafunfo, mas foram impedidos de entrar, referindo que pelo menos 28 pessoas morreram de forma “bárbara, hedionda e fria” e 18 ficaram feridas.

Depois de o comandante-geral da Polícia Nacional, Paulo de Almeida, ter afirmado que não haveria qualquer investigação sobre o caso, o ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, considerou ser necessária a realização de um inquérito, admitindo a ocorrência de violação dos direitos humanos de parte a parte no incidente.

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