Portugal administrou mais de 533 mil doses de vacinas contra a Covid-19 até às 13 horas desta segunda-feira, disse a ministra da Saúde, num ponto da situação sobre o Plano de Vacinação contra a Covid-19 após a reunião desta manhã com a task force. Destas, 333 mil foram primeiras doses e cerca de 200 mil segundas doses — logo, há 200 mil pessoas com a vacinação completa.

As doses administradas correspondem a uma cobertura vacinal de 2,02%, em Portugal continental, e 5,40 doses por cada 100 residentes no continente, informou Marta Temido.

Até sexta-feira, dia 12 de fevereiro, já tinham sido entregues em Portugal 694.800 doses de vacinas contra a Covid-19, das quais 42.900 foram enviadas para as regiões autónomas da Madeira e dos Açores. Esta semana, está prevista a entrega de 104.130 doses da Pfizer/BioNTech, esta segunda-feira, e 93.600 doses da Oxford/AstraZeneca, na sexta-feira.

A ministra da Saúde prevê que Portugal receba, durante o primeiro trimestre de 2021, 2,5 milhões de doses das vacinas contra a Covid-19 — em vez dos 4,4 milhões de doses inicialmente previstas.

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Não está totalmente confirmado e vai sendo confirmado semana a semana com os dados das empresas”, disse a ministra fazendo um ponto da situação sobre o Plano de Vacinação contra a Covid-19.

A distribuição das vacinas tem sido feita entre profissionais de saúde e de serviços essenciais, utentes e profissionais de lares e unidades de cuidados continuados, maiores de 80 anos e pessoas com mais de 50 anos e comorbilidades. Também os titulares de órgãos de soberania estão já a ser vacinados, como Marcelo Rebelo de Sousa e Ferro Rodrigues, e, esta manhã, António Costa e Marta Temido.

Covid-19. António Costa e Marta Temido receberam esta segunda-feira a primeira dose da vacina no Hospital das Forças Armadas

Nenhum dos grupos prioritários na vacinação contra a Covid-19 tem o processo concluído. Nos lares e unidades de cuidados continuados já foram vacinados 72% dos utentes e profissionais. Esta semana, serão administradas mais cerca de 143 mil doses, sobretudo nas unidades que têm a vacinação atrasada devido a surtos.

A ministra prevê também que, esta semana, se dê continuidade à vacinação dos profissionais de saúde e dos serviços essenciais. Marta Temido não comentou, porém, a possibilidade de estudantes de Enfermagem e Medicina, que estão em ensino clínico, serem vacinados.

“Vacinação de alunos de Medicina é bom sinal”

Sobre as pessoas com mais de 80 anos ou acima de 50 anos com uma das comorbilidades previstas nesta fase, a ministra da Saúde disse que já foi vacinado “um número significativo”. E acrescenta que quem quiser saber se está na lista pode usar o simulador disponibilizado pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Ainda carece de afinações”, disse, no entanto, Marta Temido.

O portal ainda está a ser afinado verificando-se que o maior problema se prende com as pessoas que não têm cartão de cidadão e que ainda têm bilhete de identidade, confirmou Luís Goes Pinheiro, presidente dos SPMS.

Quem tem cartão do cidadão, os dados passam automaticamente para o sistema dos SPMS, mas para as pessoas que ainda têm bilhete de identidade, a informatização dos dados foi feita manualmente e pode ter erros. E este é precisamente o caso de várias pessoas que serão vacinadas nesta fase, admitiu Luís Goes Pinheiro. O presidente dos SPMS garantiu, no entanto, que as pessoas com mais de 80 anos, inscritas no centro de saúde, estão nas listas.

Esta semana, serão mais 495 as unidades de saúde a ter acesso ao sistema de agendamento e convocatória da vacinação contra a Covid-19 nos centros de saúde, disse Marta Temido. Na semana passada, havia 40 unidades de saúde a trabalhar com este sistema.

A vacinação das pessoas acamadas em casa é um assunto que está a ser trabalhado entre a task force para o Plano de Vacinação Covid-19, os serviços de saúde, os serviços sociais e outros atores locais. Muito provavelmente, estas pessoas serão vacinadas em casa.

Covid-19. Publicada norma da DGS que alarga testagem a contactos de baixo risco

Em relação ao número de testes, Marta Temido disse que o dia em que se realizaram mais foi a 22 de janeiro (77 mil testes) e que, por exemplo, este domingo foram realizados 30.200. A média diária de testes em fevereiro foi de 39 mil, número inferior ao de janeiro, mas superior ao de novembro e dezembro, revelou a ministra da Saúde.

A redução do número de testes é que levou ao pedido, do Ministério da Saúde à Direção-Geral da Saúde, de criação de novas normas sobre a realização de testes para contactos de alto e baixo risco. “Um menor incidência leva a uma menor procura e a uma menor prescrição e é preciso contrabalançar”, disse Marta Temido.