A autarquia de Ponta Delgada, nos Açores, considerou esta terça-feira que a demolição da obra inacabada das galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive representa “o primeiro passo para a requalificação inadiável” daquela zona da cidade.

“A Câmara Municipal fez a sua parte, com sentido de missão cumprida a bem da cidade e de quem cá vive. A demolição desta obra inacabada é o primeiro passo para a requalificação inadiável desta zona. Uma vez concluída, cabe ao promotor da obra e ao Governo Regional, que tem obrigações de execução e de fiscalização no âmbito da concessão feita à Asta, consensualizar uma utilização para este espaço no pressuposto de o devolver à população e à cidade”, sublinha, em nota à imprensa, a presidente da autarquia micaelense.

Maria José Lemos Duarte visitou hoje a obra inacabada das galerias da Calheta Pêro de Teive, cujos trabalhos de demolição por ordem da autarquia arrancaram na segunda-feira, reafirmando que “é ponto de honra para a Câmara Municipal que aquele lugar de interesse histórico seja dignificado e devolvido à população de Ponta Delgada”.

A demolição das galerias inacabadas arrancaram na segunda-feira, uma obra de quatro meses em que será demolido “tudo o que está acima da cota zero, que é a laje por cima das garagens, exceto o edifício a poente”, que é do Governo e para onde está previsto um Posto de Turismo, esclareceu o administrador da Asta Atlântida, José António Resendes.

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No final da visita hoje às galerias, a autarca sublinhou a sua “satisfação institucional e pessoal por ver honrado um compromisso” assumido com os munícipes.

“A demolição desta obra inacabada e a resolução de um problema que se arrastou tempo demais era uma das minhas bandeiras para este mandato. Cumprimos o nosso dever. Devo o reconhecimento e o agradecimento ao executivo que me acompanhou nesta prioridade e aos colaboradores da Câmara Municipal que trabalharam para a sua prossecução e continuarão a trabalhar na fiscalização do cumprimento das obrigações em causa”, reforçou.

Conforme deliberado pela Câmara Municipal de Ponta Delgada, em sessão ordinária de 13 de janeiro, a Asta tem 120 dias, para concluir a demolição.

Em 16 de dezembro, a Câmara Municipal de Ponta Delgada ordenou que a demolição parcial das Galerias da Calheta Pêro de Teive se iniciasse no prazo de um mês.

Passada uma semana, em 22 de dezembro, a autarquia informou que a empresa ia assumir a responsabilidade pela demolição da obra.

O processo arrasta-se desde 2008, altura em que foi anunciado um novo espaço comercial na marginal de Ponta Delgada, a cargo da Asta Atlântida, agora detida pelo fundo Discovery, mas que nunca foi terminado.

Em 2016, o mesmo fundo apresentou uma “mudança radical” para as inacabadas galerias comerciais da Calheta Pêro de Teive, que passava por demolições e redução de volumetrias, aproveitando o espaço para a criação de uma unidade hoteleira e de um jardim público, mas que também ainda não arrancou.

O processo de reformulação do projeto de arquitetura só foi iniciado em 2018.

Agora, 13 anos depois do arranque do projeto, dá-se o primeiro passo para a solução de uma obra inacabada que ocupa um espaço nobre da cidade de Ponta Delgada.