Angola está a apostar na formação profissional e no ensino técnico, através de programas apoiados pela União Europeia, tendo como principal objetivo aumentar a qualificação e empregabilidade dos jovens, destacaram membros do executivo e da delegação europeia.

Os resultados das atividades desenvolvidas através de vários projetos no âmbito da educação, ensino técnico e formação profissional, nomeadamente o programa Revitalização do Ensino Técnico e da Formação Profissional de Angola (RETFOP) foram apresentados esta quarta-feira em Luanda pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, Manuel Nunes Júnior, a embaixadora da União Europeia e as governantes que tutelam estas pastas.

Manuel Nunes Júnior destacou os esforços do executivo na implementação do Programa Nacional de Formação de Quadros e assinalou que “o país precisa de quadros competentes e comprometidos com a causa do desenvolvimento de Angola”, sem os quais “não conseguirá levar avante as inúmeras e complexas tarefas” que tem pela frente.

Apontando a União Europeia como um dos parceiros estratégicos neste domínio – através do RETFOP, um programa orçado em cerca de 20 milhões de euros – o ministro salientou que o governo angolano está a trabalhar com a UE na área do ensino técnico-profissional no sentido de garantir uma melhor qualificação da mão-de-obra, para garantir “níveis mais altos de empregabilidade”.

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Num balanço sobre os resultados desta parceria, realçou a melhoria da produção estatística, a formação de professores que vão assegurar funções docentes em escolas do ensino técnico-profissional em Luanda e Huambo, os meios técnicos e tecnológicos para equipar laboratórios e oficinas e a criação de um programa de estágios profissionais.

A embaixadora da EU em Luanda, Jeannette Seppen, salientou a importância da formação e do capital humano na promoção de emprego para “uma população jovem que cresce todos os dias”, considerando que o RETFOP vai ajudar a reduzir o desemprego.

A responsável europeia afirmou que o ensino técnico-profissional, mas também o empreendedorismo são peças chave no Caminho Conjunto (acordo de cooperação UE-Angola) que a União Europeia quer trilhar com Angola e da aliança entre África e a Europa.

Teresa Dias, ministra da Administração Pública, Trabalho e Segurança Social, sublinhou que este é um programa “bastante valioso” no domínio da formação profissional e adiantou que atualmente 30 formadores de formadores estão já a trabalhar no Centro Integrado de Formação Tecnológica (CINFOTEC) para beneficiar um universo de 1.200 formadores.

Congratulou-se ainda com o “sucesso” dos estágios profissionais, um programa que conta com 320 mil euros para apoiar cerca de 600 estagiários e disse que está a ser trabalhada a comunicação a nível dos centros de emprego, para melhorar a articulação entre a oferta e a procura.

A ministra da Educação, Luisa Grilo, reforçou que “a questão do emprego tem muito a ver com a qualificação da mão-de-obra”, sendo o desafio a melhoria das competências técnicas e tecnológicas, bem como académicas.

A ministra do Ensino Superior, Maria do Rosário Sambo, assinalou que se trata de “um ganho para o país”, frisando a necessidade de garantir a formação com qualidade dos professores de todos os graus de ensino.

 “É crucial que, a partir de agora, haja projetos como este que se está a implementar para que as instituições de ensino superior progressivamente consolidem a sua capacidade de ministrar a formação com conhecimentos técnicos e de natureza pedagógica”, declarou.