O executivo da Suécia quer ter a capacidade legal para fechar mais serviços e poder confinar caso a terceira vaga atinja o país escandinavo. A tutela ressalva que não está prevista a utilização desses poderes para já.

O parlamento sueco já tinha aprovado uma lei que conferia poderes excecionais ao governo, nomeadamente para fechar centros comerciais, mas o executivo chefiado por Stefan Löfven quer estender estas prerrogativas para outros serviços como os ginásios e cabeleireiros, e utilizá-las caso a situação pandémica piore na Suécia.

“A decisão de hoje não é a de que vamos encerrar a Suécia, mas a de que nos estamos a dar os instrumentos para responder no caso de tal situação se desenvolver,” avançou Lena Hallengren, a ministra dos Assuntos Sociais e da Saúde, citada pela Reuters.

A Suécia receia os impactos de uma terceira vaga após um mês de dezembro em que se registaram máximos no número de mortos (121 mortes em 28 de dezembro) e de novos casos diários (11.376  no dia 23 de dezembro). Agora, a Reuters indica que para além da “taxa de novas infecções ter aumentado depois de uma descida desde o final do ano passado”, o número de novos casos provenientes da mutação britânica do vírus continua a subir e o processo de vacinação tem sido “lento”.

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Para já, o número de novos casos (1.905 no dia 15 de fevereiro) não é preocupante mas a ministra Lena Hallengren quer que o governo tenha a capacidade legal de poder confinar o país:

Actualmente, não é essa a nossa opinião [o confinamento], mas é evidente que não estamos a planear esperar até ser demasiado tarde”,

Até agora, a Suécia optou por medidas  menos restritivas de combate à pandemia da Covid-19 em comparação com outros países da Europa mas a situação tem vindo a ser revista nos últimos meses, com o país a adotar cada vez mais regras para conter a propagação do novo coronavírus.

A Suécia tem uma população semelhante à de Portugal, com cerca de 10 milhões de habitantes, e registou 617,869 casos de Covid-19 e 12,487 mortes.

A política de contenção da pandemia do país, com medidas mais relaxadas comparativamente à dos restantes países europeus, tem sido bastante criticada. A Suécia tem praticamente o dobro da população dos seus vizinhos escandinavosne apresenta um número de casos e mortes significativamente maior: a Dinamarca (205,183 casos e 2,308 mortes), a Finlândia (51,595 casos e 720 mortes) e a Noruega (67,140 casos e 593 mortes).

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