A Liga dos Campeões regressou esta terça-feira — o que é dizer que o melhor futebol europeu regressou esta terça-feira. E o jogo cabeça-de-cartaz do primeiro dia dos oitavos de final, uma visita do PSG ao Barcelona que seria o reencontro de Neymar com Messi se o brasileiro não se tivesse lesionado na semana passada, não desiludiu. Messi foi o grande protagonista da antecâmara da partida, principalmente devido aos rumores insistentes de que no verão vai deixar a Catalunha e rumar a Paris. Mas Mbappé mostrou que as capas dos jornais do dia seguinte são conquistadas dentro de campo.

Mbappé foi maior do que o ídolo Ronaldo e arrasou a equipa de Messi: PSG goleia em Barcelona e “vinga” derrota histórica de 2017

Com três golos e a ajuda de um quarto, autoria de Moise Kean, o avançado francês liderou a goleada do PSG em Camp Nou, com Mauricio Pochettino a beneficiar ainda de uma exibição absolutamente magistral do médio Leandro Paredes. O Barcelona caiu com estrondo, noutro enorme trambolhão de uma temporada que fica cada vez mais vazia, e só pode sonhar com a passagem aos quartos de final da Liga dos Campeões se alcançar uma reviravolta histórica no Parque dos Príncipes — reviravolta que já conseguiu, em 2017, quando ganhou 1-6 em casa depois de perder 4-0 em Paris.

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Este Barcelona, porém, está muito longe de ser esse Barcelona. Não há Iniesta, Rakitic, Neymar e Suárez. Há um Messi a meio gás que parece carregar nas costas o peso de ter ficado quando queria partir e um Griezmann que chegou com a responsabilidade de fazer esquecer Neymar e ainda não conseguiu provar metade do investimento a que obrigou. Griezmann, aliás, é a grande figura central das histórias que surgiram já depois do apito final — e que acabam por colocar o internacional francês novamente no olho do furacão em Camp Nou.

Ainda em campo, Griezmann acabou por discutir com Piqué, central que é claramente um dos grandes líderes da equipa, dentro e fora do relvado. Na altura em que o Barcelona defendia um pontapé de canto, Piqué lançou um grito de alerta — que acabou por provocar uma troca de palavrões e insultos com o francês. O espanhol não estava satisfeito com o facto de o PSG estar a conseguir ter posse de bola durante largos minutos e aproveitou a curta paragem para desabafar e espicaçar os colegas: “Uma p… de uma posse longa! Uma p… de uma posse longa!”, gritou Piqué. Griezmann, porém, achou que o alarmismo não era justificado e respondeu com um “calma, Geri [Gerard], calma, deixa de gritar”. A resposta do avançado enervou ainda mais o central, que replicou “estamos a sofrer, andamos há cinco minutos nisto” e ainda sublinhou que estavam “a correr como loucos”. A discussão mais acesa durou alguns segundos, até ao momento em que o pontapé de canto foi cobrado pelos franceses, e foi audível na transmissão.

Mas o dia menos conseguido de Griezmann — e do Barcelona — não ficaria por aí. Já ao final da noite, algumas horas depois do apito final em Camp Nou, o jogador foi apanhado na zona de partidas do aeroporto da cidade catalã. Ronald Koeman deu dois dias de folga ao plantel depois da derrota sofrida contra o PSG e, ao que parece, o francês aproveitou para deixar o país de imediato. O episódio está a ser alvo de muitas críticas por parte dos adeptos do Barcelona, que acusam o jogador de abandonar a cidade e o núcleo do clube logo depois de uma goleada pesada, mas também pelo público em geral, já que Griezmann quebrou as restrições impostas na cidade espanhola que impedem a população de circular sem justificação a partir das 22h. Questionado pelos jornalistas presentes sobre para onde iria, o avançado foi claro na resposta: “O que é que vos interessa?”.