A Parler, a rede social que se tornou muito popular entre apoiantes de Donald Trump, está novamente online, um mês depois de a Google, Apple e Amazon terem expulsado a aplicação dos seus servidores, por ter contribuído para veicular a organização de protestos pró-Trump, que culminaram na invasão ao Capitólio a 6 de janeiro.

O regresso da plataforma era incerto, uma vez que os seus responsáveis estavam a ter dificuldades em encontrar outro servidor onde alojar a rede. Depois de ter sido rejeitada por várias empresas, a Parler foi reativada com o apoio de uma fornecedora de serviços de alojamento com sede na Califórnia, a SkySilk.

De acordo com o The New York Times, Kevin Matossian, diretor executivo da SkySilk, disse, em comunicado, que a empresa queria ajudar a Parler a defender a liberdade de expressão.

A rede social apresentava-se como uma alternativa ao Twitter, ganhando popularidade entre os conservadores norte-americanos. Só que na ausência de um mecanismo de regulação interno, seguindo a ideia de um discurso livre sem qualquer tipo de censura, a Parler acabou por se tornar uma plataforma propícia à proliferação de teorias da conspiração, da desinformação e do incitamento à violência.

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A Parler recorreu ainda aos serviços da DDoS-Guard, uma empresa russa com ligações ao governo russo, e da Epik, uma empresa de Seattle que já apoiou um site neonazi.

Apesar do design novo com que agora se apresenta, o conceito da rede social parece não ter sofrido nenhuma alteração. “Fale livremente e expresse-se abertamente, sem medo de ficar sem plataforma por causa das suas opiniões”, lê-se na página principal do site.

E no novo regulamento é reiterada a intenção de manter a censura de conteúdos ou a remoção de utilizadores num nível “absolutamente mínimo”, apesar de haver a salvaguarda de que a Parler não poderá “ser usada como ferramenta para cometer crimes, delitos civis ou outras ações ilegais”.

Antes de ser desativada, a Parler contava com cerca de 15 milhões de utilizadores e era considerada uma das aplicações com maior ritmo de crescimento nos Estados Unidos, sendo financiada por Rebekah Mercer, uma das maiores benfeitoras do Partido Republicano norte-americano.

O ex-CEO, John Matze, foi também demitido no início de fevereiro pelo conselho de administração da rede social após divergências sobre como administrar a plataforma.