A Nissan apresentou a 3ª geração do Qashqai, o SUV que é também o modelo mais popular da marca japonesa, que atravessa tempos complicados. O modelo estreia uma nova plataforma, a CMF-C da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi, o que lhe permite oferecer mais espaço no habitáculo e na mala, além de maior versatilidade para alojar mecânicas com baterias. Porém, se a Nissan está convencida que os dois motores que integram a oferta do novo Qashqai vão ser um sucesso, não deixam de ser opções estranhas, mais que não seja por serem soluções distintas das abraçadas pela concorrência.

Os SUV do segmento C, com cerca de 4,4 metros de comprimento, foram criados pela Nissan, com o Qashqai, e agora que o fabricante japonês apresenta a 3ª geração do modelo, torna-se óbvio que tudo fará para manter um lugar entre os primeiros do segmento. Mesmo sendo a concorrência cada vez maior e mais feroz.

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O novo Qashqai, que chegará ao nosso país em Junho, cresce ligeiramente em termos de dimensões, ganhando 3,9 cm em comprimento, 3,2 cm em largura e 4,5 cm em altura, o que deixa antever mais espaço em todas as dimensões. Para as pernas de quem se senta atrás, o dado mais importante é o incremento de 2 cm na distância entre eixos. Ainda no capítulo do espaço interior, a mala não foi esquecida, com a Nissan a anunciar 504 litros, substancialmente mais do que os anteriores 430 litros.

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A nova plataforma CMF-C garante também que o novo Qashqai, apesar de electrificado, é ainda 63 kg mais leve, pois além da estrutura, as portas, os guarda-lamas anteriores e o capot são em alumínio e a tampa da mala em materiais compósitos.

Outros dos trunfos do novo Qashqai é o reforço do equipamento, tanto de entretenimento como de assistência ao condutor. O painel de instrumentos passa a ser digital (com 13 polegadas), com o condutor a usufruir igualmente de um head-up display a cores projectado no pára-brisas.

Mas o mais interessante é que o Qashqai será o primeiro Nissan a beneficiar da versão mais avançada do sistema de condução semi-autónoma ProPilot, com cruise control desde as versões mais simples, em termos de equipamento, e a disponibilizar manutenção na faixa de rodagem com lane centering e identificação de sinais de trânsito.

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O ecrã central de 9” permite comandar quase tudo a bordo, a começar pelo sistema de navegação que pode estar sempre conectado e usa o motor de busca da Google, o comando por voz da Alexa e o serviço Nissan Connect, que faz com que seja possível ao condutor aceder e controlar uma série de funções a partir do telemóvel.

É no capítulo da mecânica que o Qashqai traz as maiores surpresas. Para começar, nada de motores diesel, oferecendo apenas três motorizações, apesar de duas delas serem idênticas, diferindo apenas na potência. Trata-se do motor com 4 cilindros e 1.332 cc sobrealimentado, que já existia na actual geração, mas que agora surge reforçado por um sistema mild hybrid a 12V (fornece 6 Nm durante 20 segundos), cuja vantagem em matéria de consumo não deverá ser grande, mas que ajuda a cumprir as mais restritivas normas antipoluição (Euro 6), ao assegurar funções como a ajuda à aceleração e o coasting (só com caixa X-Tronic), que desliga o motor a rodar em plano ou a descer com pouca pressão no acelerador. Este 1.3 DiG-T Mild Hybrid, que pode ser oferecido com duas ou quatro rodas motrizes, surge nas já mencionadas duas versões, com 136 cv e 240 Nm, ou 158 cv e 260 Nm, associadas a caixa manual ou X-Tronic, uma automática CVT (de variação contínua).

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Mas a maior novidade é a tecnologia e-Power, que desempenha o papel da motorização topo de gama do Qashqai, uma vez que não estão previstos motores híbridos plug-in ou mais possantes a gasolina. A e-Power é uma solução que já existe no Japão desde 2016, similar à que foi proposta pelo Opel Ampera há uns anos e, mais recentemente, no BMW i3 REX – ambos abandonados, à medida que as baterias foram ganhando capacidade e reduzindo os custos. Veja aqui como funciona o e-Power já disponível no Japão, com um motor gerador 1.2 em vez do 1.5 utilizado na Europa:

O único motor que move o veículo é uma unidade eléctrica com 188 cv e 330 Nm. Porém, a bateria que alimenta o motor tem apenas 1,4 kWh de capacidade (que permite no limite percorrer 1 a 2 km em modo EV), similar à utilizada nos motores híbridos, que é um décimo do que é habitual encontrar nos híbridos plug-in (PHEV) e 42 vezes menos do que a Nissan usa no mais potente dos Leaf. Com a bateria mínima, a Nissan poupa peso e dinheiro, mas vê-se obrigada a recorrer a um gerador a gasolina, um 1.5 com 154 cv (com compressão variável), para a recarregar constantemente.

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A Nissan não anunciou ainda os consumos e as emissões que consegue com o e-Power, mas avança que o modelo será homologado como um híbrido na Europa e terá um preço similar a um veículo com esta tecnologia. Para o construtor japonês, esta solução é melhor do que os PHEV, uma vez que estes custam mais 8.000€ a 10.000€ do que um modelo similar só a gasolina, enquanto os híbridos implicam um incremento de preço muito inferior.

O Nissan Qashqai vai chegar a Portugal a partir de Junho, com os motores 1.3 DiG-T Mild Hybrid, de 136 e 158 cv, para o e-Power de 188 cv passar a estar disponível a partir de Dezembro.