A embaixadora de Portugal em Moçambique, Maria Amélia Paiva, disse esta sexta-feira que espera em breve “respostas concretas” sobre cooperação contra os grupos armados na província de Cabo Delgado, norte do país.

Esperamos, a muito breve trecho, poder ter respostas concretas”, afirmou Maria Amélia Paiva, em declarações aos jornalistas.

A diplomata falava após um encontro com a presidente da Assembleia da República de Moçambique, Esperança Bias, por ocasião do fim da sua missão no país africano.

Presentemente, prosseguiu, estão a ser tratadas questões de caráter técnico de uma futura cooperação entre Portugal, União Europeia (UE) e Moçambique, para combater os grupos armados que protagonizam ataques na província moçambicana de Cabo Delgado.

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“Neste momento, os trabalhos técnicos, depois de uma missão exploratória técnica [a Moçambique], estão a decorrer”, enfatizou.

Maria Amélia Paiva recordou que o ministro da Defesa de Portugal, João Gomes Cravinho, e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Augusto Santos Silva, visitaram recentemente Moçambique para preparar ações conjuntas.

O ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, estimou na quarta-feira que Portugal desloque para Moçambique, em abril, cerca de 60 militares como formadores de “forças especiais” de combate ao terrorismo, mas salientou que o processo ainda está a ser tratado com as autoridades moçambicanas.

A violência armada na província mais a norte de Moçambique, onde se desenvolve o maior investimento multinacional privado de África, para a exploração de gás natural, está a provocar uma crise humanitária com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019.