Em janeiro deste ano, estavam registadas nos centros de emprego 424.359 pessoas, um número que não era tão alto desde o final de maio de 2017 (432.274). Segundo os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), o número de desempregados inscritos aumentou, em janeiro, 32,4% face ao mesmo mês de 2020 (mais 103.801 pessoas).
Já face a dezembro, o aumento foi de 5,5%, o que significa que, no espaço do mês, inscreveram-se nos centros de emprego mais 22.105 desempregados. Numa nota divulgada pelo Ministério do Trabalho, a tutela refere que “o número de desempregados registados aumenta sempre de dezembro para janeiro”, sendo a variação média entre os dois meses de 3,5% desde 1989.
O desemprego aumentou em todas as regiões do país, mas na comparação com janeiro de 2020 a subida foi mais pronunciada no Algarve (61,3%), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (mais 45,3%) e da região autónoma da Madeira (mais 30%).
Já por atividades, a do “alojamento, restauração e similares” continua a ser das mais afetadas e foi a que, em janeiro, mais viu o desemprego subir (um aumento de 59,9%). Ou seja, entre janeiro de 2020 e o mesmo mês de 2021, contabilizam-se mais 18.327 desempregados inscritos provenientes desta atividade, fortemente dependente do turismo.
As “atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio” também estão entre as que mais viram o desemprego disparar — no espaço de um ano subiu 47,4%. Destaque ainda para a “Indústria do couro e dos produtos do couro” (mais 53,5%).
O ministério do Trabalho nota ainda que a taxa de cobertura de prestações de desemprego é de 57,8%, “um aumento de 1,9 pontos face ao mês homólogo”. Já as ofertas de emprego aumentaram 27% em cadeia, num total de 9.868. E as colocações em emprego subiram 59,9% face a dezembro de 2020, para 7.405 colocações.
Número de casais desempregados volta a subir, mas ainda está abaixo do máximo da pandemia
O número de casais em que ambos os cônjuges estão desempregados está a subir desde dezembro de 2020. Em janeiro deste ano, estavam nesta situação 6.702 casais, uma subida de 8,3% face ao último mês de 2020, mas de 22,9% face a período homólogo.
Este indicador tem evoluído de forma instável ao longo da pandemia. De março a maio foi aumentando, atingindo um pico no quinto mês do ano (6.772). Desde então, o valor estava a diminuir, mas a tendência foi interrompida em dezembro: subiu 1,2%, uma tendência ascendente que se manteve em janeiro.