Um estudo publicado pelo Conselho de Finanças Públicas analisou os dados de casos diários de infeção com o coronavírus, divulgados pela Direção-Geral da Saúde, e concluiu que o confinamento evitou o “terrível cenário” que se preparava caso não fossem tomadas medidas de contenção da disseminação do vírus: “20.000 casos por dia na semana que terminou a 15 de fevereiro”. Ou seja, o estudo concluiu que o número de novas infeções caiu graças ao confinamento rígido imposto.

“[Sem confinamento ter-se-ia] sobrecarregado completamente o serviço de saúde português, que fatalmente teria levado a um número impressionante e sem precedentes de mortes no início de 2021”, escreveu Miguel St. Aubyn, professor de Economia do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, no relatório.

Comparando o primeiro confinamento (leve), em que se mantiveram as escolas abertas, com o confinamento (severo) em que se fecharam as escolas, a redução do número de novos casos foi mais acentuada no segundo cenário.

“Seguramente não vale a pena manter as escolas abertas se o custo é o altíssimo preço das doenças, perdas de trabalho e vidas perdidas, para além de sobrecarregar o serviço de saúde português”, concluiu o autor sem, no entanto, considerar outros fatores que a par do encerramento das escolas possam ter contribuído para a redução no número de infeções registadas diariamente.

O Conselho das Finanças Públicas é um “organismo independente que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais em Portugal e a sustentabilidade das finanças públicas”, conforme se lê no site da instituição. A missão é “avaliar de forma independente a consistência, o cumprimento e a sustentabilidade da política orçamental, promovendo a sua transparência, de modo a contribuir para a qualidade da democracia e das decisões de política económica e para o reforço da credibilidade financeira do Estado”.

Título e primeiro parágrafo corrigidos após esclarecimento do CFP de que o estudo traduz a visão do autor “e não necessariamente do CFP”

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