O novo presidente executivo da Galp, Andy Brown, assumiu esta segunda-feira a transição energética como uma das prioridades da empresa, que tem 200 milhões de euros para investir em energias renováveis este ano.

Nas renováveis, estamos a falar [de um investimento] de 200 milhões de euros, uma quantia substancial em renováveis”, afirmou Andy Brown, durante a sua primeira conferência com analistas como líder da Galp, cargo que assumiu há duas semanas.

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No entanto, o responsável sublinhou a necessidade de prudência nos investimentos, uma vez que a crise pandémica ainda não está ultrapassada, e de definir uma “estratégia clara“, que será apresentada em maio, no próximo Capital Markets Day, onde fará também um balanço dos seus primeiros 100 dias à frente da Galp.

Temos de ser muito claros relativamente aos projetos que queremos avançar, porque eu não creio que possamos suportá-los todos”, acrescentou o sucessor de Carlos Gomes da Silva.

O executivo que esteve 35 anos na Royal Dutch Shell, uma das mais relevantes multinacionais petrolíferas, admitiu que “o curto prazo é desafiante”. “Temos de ser prudentes nos investimentos, seremos disciplinados”, garantiu.

Com o investimento em renováveis, a petrolífera espera atingir 1,2 Gigawatts (GW) de capacidade até ao final deste ano, tendo já um portfólio de vários projetos identificados que permitirão atingir os 3,7 GW.

Relativamente à decisão de encerrar a refinaria de petróleo de Leça da Palmeira, Matosinhos, e concentrar a operação de refinaria em Sines, o administrador financeiro, Filipe Silva, que também participou na teleconferência, disse que “apesar de ter sido uma decisão difícil”, ela tornou-se “inevitável, dadas as circunstâncias de mercado e regulatórias” e tornará Sines “mais competitiva”.

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A empresa apresentou em 2020 um resultado negativo em 42 milhões de euros, comparando com os 560 milhões de lucros conseguidos no ano anterior, valores que mostram os desafios impostos ao setor pela pandemia, segundo os dados revelados pela Galp.

De acordo com os valores comunicados à CMVM, no quarto trimestre do ano o resultado líquido ajustado caiu 98% em termos homólogos para três milhões de euros.

Os dados indicam ainda que a empresa reviu as perspetivas para este ano e vai propor um dividendo de 35 cêntimos por ação aos acionistas, metade da remuneração acionista paga no ano passado (0,70 euros).