A farmacêutica Pfizer terá intimidado os governo latino-americanos nas negociações para a aquisição da vacina contra a Covid-19, revelou o grupo de jornalistas britânicos do Bureau of Investigative Journalism.

Nas negociações, a empresa terá exigido ativos do Estado (edifícios de embaixadas e bases militares, por exemplo) como garantia contra qualquer processo legal instaurado pelo cidadãos vacinados como resultado de potenciais efeitos secundários, noticiou o STAT News.

Muitos países estão a aceitar a isenção da responsabilidade legal nas negociações com as farmacêuticas, que significa que os Estados assumem o pagamento das eventuais indemnizações a cidadãos que processem as empresas, mas nenhuma terá ido tão longe como a Pfizer, como contaram ao grupo de jornalistas.

Houve um país que recebeu as vacinas com três meses de atraso e a Argentina e o Brasil nem sequer chegaram a fechar acordo, por causa das exigências. Um representante de um dos países, que esteve envolvido nas negociações, diz que o governo se sentiu como estivesse a ser mantido como refém para ter acesso a vacinas que salvam vidas.

A Pfizer recusou comentar as negociações confidenciais com os governos dos países e disse apenas que tem vendido vacinas a preço de custo para os países de baixo rendimento e para o programa Covax da Organização Mundial de Saúde.

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