A diretora-geral da Inclusão Social da Guiné-Bissau, Paula Saad, anunciou estar em marcha uma campanha de recenseamento de pessoas portadoras de albinismo para o governo disponibilizar apoios concretos para a sua melhor inserção na sociedade.
Paula Saad explicou que a campanha promovida pelo ministério da Mulher, Família e Solidariedade Social pretende criar um banco de dados atualizado sobre a população com albinismo, saber quantos são, onde vivem e quais as suas reais necessidades. De acordo com a responsável, há mais de dez anos que esse trabalho não era feito. Em colaboração com a Associação de Pessoas com Albinismo na Guiné-Bissau e uma organização não-governamental portuguesa, a campanha de registo de albinos conseguiu detetar 40 indivíduos em Bissau.
Paula Saad apela aos familiares e conhecidos de pessoas com albinismo para colaborarem para um maior registo e para deixarem de lado qualquer preconceito em relação à campanha que, disse, está a gerar alguma desconfiança.
As pessoas com albinismo são desconfiadas para já pelo estigmatismo, sentem-se marginalizadas”, observou Paula Saad, referindo que os inquiridores foram informados pela vizinhança que existem pessoas com albinismo que ficaram por ser recenseadas por não terem sido apresentadas.
Neste momento, 10 inquiridores, pessoas com albinismo, percorrem bairros de Bissau à procura de indivíduos com aquele problema de pele para serem recenseadas, mas Paula Saad lamenta as dificuldades. “Há o pensamento de que alguém está a aproveitar-se da sua condição de albinos. Não é nada disso, só conseguimos ajudar se soubermos quantos são, onde estão e quais as reais necessidades“, defendeu a diretora-geral da Inclusão Social.
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Assim que terminar a campanha de recenseamento em Bissau, o processo será estendido para o interior da Guiné-Bissau para onde muitos se terão deslocado com a pandemia da covid-19, frisou. A diretora-geral da Inclusão Social acredita que possam existir na Guiné-Bissau cerca de 100 indivíduos com o albinismo. Paula Saad também disse à Lusa que na Guiné-Bissau não há registo de perseguição aos albinos com a finalidade de usar parte do seu corpo para práticas místicas como acontece em outros países africanos.
Na Guiné-Bissau, graças a Deus, nós não temos essas práticas, temos outras crenças sim, mas essa de que o albino, a pele, o cabelo, da riqueza, isso não há”, notou Paula Saad.
Para já, entre os problemas que afetam a população com o albinismo, Paula Saad aponta indivíduos sem registo civil, falta de oportunidades para prosseguir os estudos e cuidados de saúde. A todos, Saad promete que o governo vai tentar arranjar soluções desde que saiba onde vivem.