É a primeira vitória do Presidente Joe Biden no campo legislativo, no Congresso norte-americano. A Câmara dos Representantes aprovou o pacote de estímulo económico que foi apresentado pela nova administração assim que tomou posse e que tem vindo a ser negociado nas últimas semanas. Antes de chegar à ponta da esferográfica de Joe Biden terá, porém, de passar também no Senado.

É um pacote de estímulo económico que vale 1,9 biliões de dólares, equivalente a mais de 1,5 biliões de euros, que inclui pagamentos diretos até 1.400 dólares aos norte-americanos (escalonados por rendimento) e também prevê um aumento do salário mínimo para $15/hora – embora esta componente possa vir a cair por resistência dos republicanos.

Nesta votação, a aprovação foi garantida por 219 congressistas, contra 212 que votaram contra – basicamente, com disciplina de voto, a maioria democrata foi suficiente para fazer avançar o plano para o Senado, a câmara alta do Congresso dos EUA.

“O povo americano precisa de saber que o Estado está lá para os ajudar”, disse a líder da bancada, a democrata Nancy Pelosi. Do lado dos republicanos, há muitas vozes críticas que consideram o plano desnecessário – numa altura em que a economia norte-americana tem vindo a dar sinais de recuperação sólida. Além disso, muitos republicanos consideram que o plano vai muito além da luta contra a pandemia – até inclui fundos para construir um troço de metropolitano em São Francisco: “É só atirar dinheiro sem critério e responsabilidade”, criticou Kevin McCarthy, líder dos republicanos na Câmara dos Representantes.

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O plano inclui, porém, investimento em vacinas e equipamentos médicos, além de entregar até 1.400 dólares em pagamentos diretos a cada norte-americano (conforme os rendimentos) e suplementos para quem está desempregado ou não está a conseguir pagar hipotecas ou rendas.

O Governo do seu antecessor, Donald Trump, já tinha enviado cheques de cerca de mil euros (na primavera passada) e de cerca de 500 euros (em dezembro), mas nas últimas semanas aumentou a pressão pública para repetir o gesto de injetar diretamente dinheiro na economia, através do fomento ao consumo.

O plano democrata inclui também 350 mil milhões de dólares (cerca de 290 mil milhões de euros) para o poder local, que servirá de estímulo para atrair o voto de alguns senadores republicanos, que não quererão desgostar os seus constituintes. O pacote de estímulo económico de Biden prevê ainda 246 mil milhões de dólares (cerca de 200 milhões de euros) para assistência adicional aos 11 milhões de desempregados de longa duração detetados pelas agências federais.