Os trabalhadores da Groundforce manifestam-se, na estação de metro junto ao aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, contra o atraso no pagamento dos salários de fevereiro e os “cortes cegos” nos setores da aviação e handling”. Promovido pelo coletivo SOS Handling, o protesto decorre entre as 12:00 e as 14:00, na entrada da estação do Aeroporto do Metropolitano de Lisboa.

Para quarta-feira está agendada nova manifestação em Lisboa, convocada pela Comissão de Trabalhadores (CT) da Serviços Portugueses de Handling (SPdH, comercialmente designada Groundforce Portugal), entre as 11:30 e as 14:00 horas, junto ao Ministério das Infraestruturas e Habitação, que tutela o setor.

O protesto acontece após a administração da empresa que presta assistência em escala ao Grupo TAP ter comunicado, numa carta endereçada na passada quinta-feira aos trabalhadores, que a empresa não está em condições de pagar os salários de fevereiro sem que esteja concluído o processo de empréstimo bancário em curso, devido a uma falha num pagamento da TAP.

O coletivo SOS Handling vem aqui demonstrar todo o apoio à primeira ação de mobilização dos trabalhadores da SPdH/Groundforce contra o não pagamento de salários e pela resistência ao corte de salários e direitos que se antevê com o empréstimo da austeridade”, lê-se num comunicado emitido pela estrutura.

Salientando viver-se atualmente “um momento de decisões para a empresa”, o coletivo manifesta “todo o apoio” a “todas as ações que estejam a favor da manutenção dos postos de trabalho e do não ataque à contratação coletiva, como infelizmente aconteceu aos irmãos da TAP”. Sustentando que “os setores da aviação e da assistência em terra são estratégicos para a soberania e economia nacional”, o coletivo defende que “a aviação e os aeroportos são e devem permanecer no domínio do serviço público”.

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A SOS Handling reclama a “reposição de tudo o que está a ser tirado” aos trabalhadores, reivindicando, nomeadamente, o pagamento do prémio de distribuição de lucros relativo a 2019 (segundo a cláusula 54.ª do AE -Acordo de Empresa), o acerto das progressões nas carreiras já vencidas (também inscritas no AE) e “o pagamento segundo acordado em outubro de 2020 do subsídio de férias relativo a 2020, conforme as regras estabelecidas previamente em boa fé”.

Trabalhadores da Groundforce com salário de fevereiro em atraso, denuncia Sindicato

Contesta ainda “o ataque aos horários especiais, que diminuiu os salários líquidos de centenas de trabalhadores” e “a mobilidade funcional administrativamente determinada e sem ter em conta a perda de conhecimento nas áreas”, rejeitando “qualquer despedimento” e a solução do empréstimo, que “não é uma solução para os trabalhadores, mas sim para os patrões”.

A SOS Handling reivindica também “melhores condições de trabalho” e a manutenção do AE “sem qualquer tipo de interferência”, rejeitando as “negociações secretas entre ORTs [organizações representativas dos trabalhadores], Governo e patrões” e “quaisquer acordos afastados da deliberação democrática dos trabalhadores em plenário”. Detida em 49,9% pela TAP, a Groundforce presta assistência em terra às companhias aéreas nos aeroportos.