A União Europeia e o Fundo Monetário Internacional alertaram que o fornecimento “insuficiente e tardio” de vacinas ao continente africano vai prejudicar a recuperação económica mundial e ter repercussões negativas na crise económica e sanitária.

O fornecimento insuficiente e tardio de vacinas na África subsaariana prejudicará os esforços para pôr termo à pandemia, não apenas a nível regional, mas também à escala internacional, com repercussões negativas significativas para a situação sanitária, o crescimento e o comércio no resto do mundo“, lê-se numa nota assinada pela diretora executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, e pela comissária da União Europeia responsável pelas Parcerias Internacionais.

A nota, divulgada durante o Fórum Africano sobre Finanças Públicas, que começou terça-feira e termina em formato virtual a partir de Washington e Bruxelas, salienta que “a África subsaariana continua a enfrentar uma crise sanitária, social e económica sem precedentes, em que a pandemia comprometeu anos de árduos ganhos de desenvolvimento e abalou as vidas e os meios de subsistência de milhões de pessoas”.

Jutta Urpilainen e Kristalina Georgieva escrevem que o “objetivo comum é continuar a trabalhar em estreita colaboração com os países para apoiar os esforços em curso na luta contra esta pandemia, garantindo, nomeadamente, o acesso justo e equitativo a vacinas seguras para todos contra a Covid-19”.

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Elogiando a “resposta de política orçamental rápida“, as responsáveis vincam que “as restrições de financiamento, as vulnerabilidades da dívida e o espaço orçamental limitado impediram, e continuam a impedir, que muitos países aplicassem uma resposta mais robusta” aos impactos da pandemia.

Desde o início da pandemia, o FMI já disponibilizou assistência financeira no valor de mais de 17,5 mil milhões de dólares, quase 14,5 mil milhões de euros, enquanto a União Europeia contribui com 6,2 mil milhões de euros, através do Team Europe, a que se juntam mais mil milhões de euros “disponibilizados através do apoio orçamental da União Europeia para criar espaço orçamental para as medidas de combate à Covid-19”.

Apesar destes esforços, concluem, este ano deverá ser “muito difícil para a região“, porque “mesmo que as vacinas se tornem amplamente disponíveis, subsistem enormes desafios em matéria de desenvolvimento que se não forem resolvidos, a pobreza extrema e a desigualdade continuarão inevitavelmente a aumentar e os progressos na educação serão prejudicados, com implicações críticas para a estabilidade e a segurança sociais, especialmente nos ambientes mais frágeis”.