O novo álbum do instrumentista brasileiro Domenico Lancelloti, a ser editado no dia 26 de março, marca o início da nova editora portuguesa de música, a Arraial, cujo foco é o mercado digital.

“Vamos começar com o Domenico Lancellotti, um artista multidisciplinar brasileiro [atualmente a viver em Portugal], um dos fundadores da Orquestra Imperial e que trabalhou com nomes como Gal Costa ou Adriana Calcanhotto. E, logo de seguida, temos os EP de Churky e Rita Vian”, revelou o diretor da Arraial, Pedro Trigueiro, em declarações à Agência Lusa.

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Posted by Arraial on Tuesday, March 2, 2021

A edição do novo álbum de Domenico Lancellotti, Raio, está prevista para 26 de março. Os EP de Churky e de Rita Vian serão editados ainda no primeiro semestre deste ano. As três primeiras edições da Arraial serão todas exclusivamente em formato digital: “Vamos trabalhar mais a edição digital”.

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“Não coloco de lado o físico, mas o foco é mais, em 2021 e em diante, no formato digital e menos nas edições físicas”, referiu Pedro Trigueiro, explicando que a decisão “tem que ver com o mercado e com a leitura de mercado”. O diretor da Arraial lembrou que “há uma queda geral de mercado” de edições físicas, ressalvando que esta quebra “não é de agora, acentuando-se, se calhar, nos últimos 15 anos”.

Pedro Trigueiro, que é também diretor da agência de música e comunicação Arruada, admite que criar uma editora de música numa “altura complicada” como a que o mundo atravessa é “um risco calculado”. “Isto é mais uma consequência de um trabalho que temos vindo a fazer, que começou em produção executiva de discos — Buraka Som Sistema, Regula, Cristina Branco, Banda do Mar, com o qual chegámos a estar nomeados para Grammy”, afirmou.

Além da produção executiva de alguns álbuns, Pedro Trigueiro lembrou haver “um conjunto de coisas que estão à volta da edição fonográfica que cada vez mais passava pela Arruada”, mesmo estando a empresa “a trabalhar com as [editoras] multinacionais”. “É quase culpa da equipa termos chegado até aqui, e percebermos que as edições poderiam e deveriam ser feitas por nós, porque, além de todo esse trabalho de produção executiva, há também o lado de assessoria que temos feito e tem sido uma coisa ‘super oleada’, nos últimos anos”, contou.

O projeto estava a ser pensado “desde o verão do ano passado” e “chegou agora a altura, foi agora o momento para avançar” com ele.