O empresário brasileiro Rowles Magalhães Silva negou ter tido acesso à chave do avião privado apreendido em Salvador, Brasil, com mais de 500 quilogramas de cocaína a bordo e que tinha como destino o aeródromo de Tires, Cascais.

Num comunicado divulgado por um escritório de advocacia que o representa em Portugal, Magalhães Silva afirmou que “em momento algum” teve acesso “à chave da aeronave, nem ao local onde o avião esteve estacionado no Brasil, seja na placa seja no hangar”.

O empresário brasileiro destacou que não é proprietário da empresa a que pertence o avião, a OMNI, mas reconheceu ter celebrado “um contrato-promessa de aquisição da OMNI” firmado por intermédio da empresa Aristopreference, na qual é sócio juntamente com o empresário Ricardo Agostinho.

A declaração de Magalhães Silva surge na sequência de informações divulgadas pela RTP sobre um casal alegadamente ligado a si e que terá ido ao aeroporto da cidade de Jundiai, onde o avião apreendido com 578 quilogramas de cocaína ficou estacionado, e pedido as chaves do jato ao comandante. Este casal, cuja identidade não é conhecida, terá tido acesso à aeronave depois de o comandante ter consultado a direção da OMNI em Portugal e ter sido autorizado a ceder as chaves, segundo as mesmas informações.

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No comunicado, o empresário brasileiro disse que “deverá ser a empresa OMNI a esclarecer o destino do avião ao chegar a Portugal, pois, em bom rigor, observando as imagens vistas nos meios de comunicação social, implicaria algum trabalho, aparentemente demorado e técnico, para que o produto estupefaciente fosse retirado do mesmo”.

O avião Falcon 900, da empresa OMNI, foi apreendido em 9 de fevereiro depois de um voo da cidade brasileira de São Paulo para Salvador, capital do estado da Bahia, de onde deveria seguir para Portugal.

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O jato particular tinha como destino Tires, mas o piloto detetou falhas mecânicas e pediu uma inspeção à aeronave, durante a qual foram descobertos pacotes suspeitos, tendo sido chamada a polícia, que apreendeu a cocaína escondida na fuselagem da aeronave. A droga tinha sido dividida em embalagens com indicação de marcas desportivas famosas. Na lista de passageiros do jato estava João Loureiro, antigo presidente do Boavista, que já foi ouvido pela Polícia Federal (PF) brasileira e que nega qualquer envolvimento no caso.

A empresa OMNI Aviação e Tecnologia disse num comunicado ter sido “surpreendida” com a apreensão de meia tonelada de cocaína num dos seus aviões.

Rowles Magalhães Silva também explicou que dos passageiros que deveriam embarcar no avião conhece apenas João Loureiro, de quem é amigo e com quem mantém também uma relação profissional. O empresário brasileiro conclui o comunicado frisando estar “disposto a colaborar no apuramento da verdade” para “repor a veracidade dos factos e a sua reputação pessoal”.

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O caso está a ser investigado pela Polícia Federal brasileira e pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal português, estando em segredo de justiça.