A representação oficial portuguesa para a Bienal de Arquitetura de Veneza 2021 vai apresentar uma exposição e nove debates, divididos entre Lisboa, Porto e Veneza, o primeiro a 14 de março, sobre estratégias de habitação na capital.

De acordo com o calendário completo divulgado esta quinta-feira pela curadoria portuguesa do projeto “In Conflict”, criado pelo coletivo depA architects para a 17.ª Exposição Internacional de Arquitetura de Veneza — marcada para os dias 22 de maio a 21 de novembro — o ciclo de debates vai decorrer entre março e setembro deste ano, com mais três, além dos seis anunciados em novembro de 2020.

O papel da arquitetura nas políticas de habitação e de construção de infraestruturas, o desenho de práticas espaciais de cuidados e as questões domésticas contemporâneas, a descolonização das cidades e a arquitetura dos campos de refugiados são alguns dos temas que estarão em cima da mesa nestes nove eventos, segundo a curadoria.

Os três primeiros debates serão em formato ‘online’, aos domingos, separados quinzenalmente, sendo o primeiro organizado e moderado por Gennaro Giacalone, João Romão e Margarida Leão, para questionar o futuro da habitação em Lisboa, sob o título “Debating Lisbon’s Housing Strategy”, marcado para 14 de março, pelas 18:30.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Os oradores serão a deputada e arquiteta Filipa Roseta, a arquiteta Inês Lobo, o geógrafo Luís Mendes e o vereador da Câmara Municipal de Lisboa Ricardo Veludo.

O segundo debate, organizado e moderado por Bernardo Amaral e Carlos Machado e Moura, a acontecer no dia 28 de março, pela mesma hora, tem por objetivo “explorar o papel da arquitetura nas construções de emergência que atualmente operam para o abrigo de populações refugiadas”, e contará com os arquitetos Manuel Herz e Maria Neto, a quem se juntará o antropólogo Michel Agier, no painel “Instant City”.

No dia 11 de abril, será a vez do debate “Lines of Violence”, de Patrícia Robalo, que juntará os arquitectos Aitor Varea Oro e Lígia Nunes, a programadora Ana Bigotte Vieira, a investigadora Helena Barbosa Amaro, o tradutor Nuno Leão e Sandra Lang, construtora de violinos, para fazer uma análise da produção do conflito na contemporaneidade.

Os seis outros debates terão lugar em Veneza, no Palazzo Giustinian Lolin, sede do Pavilhão de Portugal, no mês de maio, a seguir, no mês de junho, na sede da Trienal de Arquitetura de Lisboa, no Palácio Sinel de Cordes, na capital portuguesa, e no MIRA Forum, no Porto, durante o mês de setembro.

A exposição patente no Palazzo Giustinian Lolin em Veneza, que será inaugurada a 22 de maio, completa a curadoria portuguesa na 17.ª Exposição Internacional de Arquitetura da Bienal de Veneza 2021.

Aqui, o projeto “In Conflict” propõe revisitar uma seleção de “processos da arquitetura nacional pós 25 de Abril, pautados por um amplo debate público e pelo envolvimento dos poderes políticos, da imprensa e da sociedade civil”.

Este projeto da representação oficial portuguesa na Bienal de Veneza, promovido e comissariado pela Direção-Geral das Artes (DGArtes), é da autoria da depA architects, coletivo de arquitectos do Porto, que lançaram um concurso de ideias para realizar os debates.

O curador-geral desta edição da Bienal de Veneza de Arquitetura, Hashim Sarkis, lançou aos curadores do evento um tema em forma de pergunta: “How will we live together? – Como vamos viver juntos?”.

Devido à pandemia covid-19, a 17.ª Bienal de Arquitetura de Veneza, que deveria ter acontecido entre agosto e novembro de 2020, foi adiada para este ano, e, consequentemente, a 59.ª Bienal de Arte passou para 2022, como anunciou a organização.