O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou esta sexta-feira que a situação no Brasil em relação à pandemia de Covid-19 é “muito preocupante” e instou o Governo a tomar medidas “agressivas”. “O Brasil deve levar esta luta muito a sério”, disse o responsável, acrescentando que são fundamentais medidas para interromper a transmissão.

Numa conferência de imprensa a partir de Genebra e na resposta a uma pergunta sobre o aumento no Brasil de internamentos em cuidados intensivos de pessoas jovens, vários responsáveis da OMS afirmaram-se preocupados com a situação no país e o diretor-geral eferiu que está também preocupado com os estados vizinhos.

“Se o Brasil não agir de forma forte vai afetar todos os vizinhos e além da América Latina. Medidas de saúde sérias são muito importantes”, disse, referindo o “aumento contínuo” de casos em fevereiro, mas também do número de mortes. “Muitos países baixaram (o número de casos) mas o Brasil piorou”, salientou.

Maria Van Kerkhove, infeciologista chefe da OMS, disse que o aumento de pessoas jovens em unidades de cuidados intensivos acontece noutros países, nomeadamente quando os mais jovens começam a sair para, por exemplo, ir trabalhar, e que tal acontece quando há aumento do número de casos de transmissão.

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Michael Ryan, do programa de Emergências em Saúde da OMS, assinalou que o aparecimento das vacinas poderá ter levado as pessoas a ficarem mais tranquilas e a adotar outros comportamentos, mas a avisou que este “não é o momento de baixar a guarda” porque o vírus continua a espalhar-se. “É preciso apoiar as comunidades, não criticá-las”, disse também o responsável, afirmando que tal se aplica a todos os continentes.

Soumya Swaminathan, cientista chefe da OMS, acrescentou ainda que a obesidade é um dos principais fatores de risco para a Covid-19, para dizer depois que a América Latina tem uma percentagem considerável de população obesa.

A pandemia de Covid-19 provocou, pelo menos, 2.570.291 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,5 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.