Quando o coronavírus chega aos pulmões desencadeia uma reação descontrolada do sistema imunitário que acaba por destruir o órgão e causar doença grave ou morte nos doentes. O caminho pode estar em impedir que o vírus lá chegue, barrando a passagem logo no nariz, como noticia o jornal El País.

As vacinas nasais promovem a produção de um tipo de anticorpo chamado de imunoglobulina A, uma molécula diferente daquela que é desencadeada pelas vacinas já aprovadas, a imunoglobulina G, explica o jornal.

“Estas vacinas têm como objetivo impedir a infeção antes de esta penetrar nos pulmões e nos outros órgãos: ataca a entrada e pode impedir a transmissão do vírus”, explica Marcos López, presidente da Sociedade Espanhola de Imunologia. “É possível que não tenhamos tempo de desenvolver essas vacinas para a pandemia atual, mas servirão para refinar e melhorar as que já temos.”

A ideia é que as vacinas e os medicamentos antivirais contra o SARS-CoV-2 possam ser administrados com um spray nasal, em vez da injeção no músculo do braço. Se é certo que esta injeção evita a doença Covid-19 grave, ainda não está confirmado que previna as infeções assintomáticas ou a transmissão do vírus.

Há algumas vacinas nasais a serem desenvolvidas contra a Covid-19 que estão agora a entrar nos ensaios clínicos. A experiência é baseada no facto de algumas vacinas contra outros vírus respiratórios, os da gripe, também poderem ser administrada desta forma. E, no caso da vacina da poliomielite, o facto de ser uma vacina oral permitiu que a cobertura na população mundial fosse muito maior.

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