O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, é o vencedor deste ano do prémio José Aparecido da Oliveira, atribuído pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), disse esta sexta-feira à Lusa o secretário-executivo da organização.

Segundo o embaixador Francisco Ribeiro Telles, “o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa foi escolhido por consenso” entre os membros do júri, os embaixadores dos nove Estados-membros da CPLP.

Estamos muito agradados com esta decisão, por consenso, dos Estados-membros”, acrescentou.

O diplomata adiantou que não está ainda definida a data nem o local em que o Presidente da República Portuguesa poderá receber o prémio, no valor de 30 mil euros, mas admitiu a possibilidade que este possa ser entregue numa cerimónia à margem da próxima conferência de chefes de Estado e de Governo da CPLP, prevista para julho em Luanda.

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Criado em 2011, o prémio José Aparecido de Oliveira pretende homenagear personalidades e instituições que se distingam na defesa, valorização e promoção da comunidade lusófona.

O primeiro distinguido, em 2012, foi o antigo chefe de Estado brasileiro Lula da Silva, mas da lista de premiados constam também o antigo Presidente de Timor-Leste Xanana Gusmão e a Igreja Católica timorense; o antigo Presidente português Jorge Sampaio; o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres; o primeiro embaixador do Brasil junto da CPLP, Lauro Moreira, e o alto representante da União Africana para as parcerias com a Europa, Carlos Lopes.

José Aparecido de Oliveira foi um político brasileiro e antigo ministro da cultura do Brasil, considerado um dos principais defensores da criação da CPLP.

Este ano, entre os nomeados para o prémio estavam, além do Presidente da República de Portugal, antigos secretários executivos da CPLP.

De acordo com a lista de dez nomeados, a que a Lusa teve acesso, Marcelo Rebelo de Sousa foi indicado pelo Real Gabinete de Leitura, instituição histórica no Rio de Janeiro, enquanto a Fundação Amílcar Cabral designou como candidato o cabo-verdiano Luís Fonseca, secretário-executivo da CPLP entre 2004 e 2008.

Entre os candidatos estavam também a anterior secretária-executiva Maria do Carmo Silveira (2016-2018), são-tomense, apontada pelo Estado português, e o seu antecessor, o embaixador moçambicano Murade Murargy (2012-2016), por iniciativa da Guiné Equatorial.

Em declarações à Lusa esta semana, Murade Murargy afirmou ter solicitado a sua retirada desta lista de candidatos ao prémio, por considerar que este é normalmente atribuído a antigos chefes de Estado ou de Governo e a instituições.

Os restantes nomeados eram o poeta José Luís Tavares (indicado por Cabo Verde); a Universidade de Coimbra – Alma Mater Portuguesa (Saúde em Português); o professor associado de Literatura Portuguesa e Brasileira Roberto Vecchi (Itália); o professor titular em Literatura Hispano-Americana da Universidade de São Paulo Jorge Schwartz (Argentina); a Sociedade Alemã para os Países Africanos de Língua Portuguesa – DASP (autocandidatura) e o especialista em provérbios André Almeida Panzo (Angola).

Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.