Até esta sexta-feira foram enviados 49.531 SMS para agendar vacinações contra a Covid-19. Estas mensagens são dirigidas a idosos com mais de 80 anos e pessoas com mais de 50 anos e doenças associadas — os dados foram revelados ao Observador pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) em comunicado.

Ao todo, foram obtidas 28.179 respostas. Deste total, 27.489 mil pessoas (55.5%) disseram que sim — ou seja, aceitaram o agendamento da vacinação contra a Covid-19 sugerido. Já 690 pessoas (1,39%) recusaram ser vacinadas.

Face ao fim de fevereiro, quando estes dados foram divulgados pela última vez, são mais 19 mil SMS enviados e mais 11 mil respostas obtidas. A taxa de resposta subiu ligeiramente (de 55% para 56,89%) e a taxa de pessoas que não quiseram ser vacinadas diminuiu (de 2,47% para 1,39%).

O processo teve início em fevereiro. A SMS de agendamento é enviada para estas pessoas a partir do número 2424 quatro dias antes do ato de vacinação. Os SPMS garantem que todos os utentes serão contactados. Nos casos em que as mensagens escritas enviadas ficam sem resposta, cabe aos centros de saúde contactar os utentes via chamada telefónica. Enviar uma carta é igualmente uma opção, mas de último recurso.

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Mensagem a recordar para toma da segunda dose não está a ser enviada

O presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar (USF-NA) alerta para o facto de as mensagens a recordar para a segunda dose da vacina contra a Covid-19 — enviadas 24 horas antes — não estarem a ser enviadas. “O que estava definido previamente é que o envio das mensagens recordatórias iria acontecer 24 horas antes do dia da vacinação (da segunda dose). Infelizmente, isto ainda não foi implementado no terreno”, lamenta Diogo Urjais em declarações ao Observador esta semana.

O responsável explica que esta falha causa problemas e dificulta o processo: “Estamos a falar de pessoas com mais de 80 anos. O risco em causa é de não aparecerem para serem vacinadas naquele dia (previamente agendado), o que leva a grandes transtornos. Nestes casos, em que os idosos com mais de 80 anos não comparecem nos centros de saúde para serem vacinados, são contactados “utentes suplentes”.

Isto está a obrigar a mais contactos e ao aumento da carga de trabalho. A convocatória no próprio dia é complexa. Os idosos têm dificuldade de mobilidade e às vezes têm de ter o apoio de familiares, mas estes podem não estar disponíveis. Não é fácil de uma hora para a outra estes utentes suplentes serem convocados para a vacina”, explica o presidente da USF-NA.

Diogo Urjais lembra que o processo é automático. O problema é que o envio da segunda mensagem “não está definido a nível central”.

Pode ouvir neste noticiário as declarações ao Observador esta semana de Diogo Urjais:

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O presidente da Associação Nacional das Unidades de Saúde Familiar afirma ainda ao Observador que a mensagem recordatória é insuficiente. Diogo Urjais propõe em alternativa que o processo seja semelhante à primeira SMS, à qual os utentes respondem SIM ou NÃO. “A mensagem recordatória é insuficiente e muito em cima da hora. As equipas (de profissionais de saúde) podem ficar sem certeza absoluta que utentes vão comparecer”, sublinha Diogo Urjais.

Autoridades atentas a burlas

Contactadas pelo Observador, a PSP e a GNR garantem que não registam, até ao momento, tentativas de burlas relacionadas com o envio de SMS para agendamento da vacinação contra a Covid-19.

A PSP afirma, em resposta enviada ao Observador, que está atenta ao fenómeno. Também a GNR, em comunicado, adianta que está a “desenvolver campanhas de informação, de forma preventiva, por forma a mitigar as possibilidades de tais burlas poderem ocorrer, nomeadamente junto dos grupos mais vulneráveis”.

GNR alerta para burlas relacionadas com vacinas. “Burlões abordam vítimas dizendo que serão vacinadas e desaparecem com dinheiro ou bens”