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Uribe, um Ángel que brilhou 68 horas depois (a crónica do Gil Vicente-FC Porto)

Este artigo tem mais de 3 anos

Sérgio Conceição não admite cansaço mental e a atitude não tem preço mas FC Porto passou em Barcelos a pagar a factura do 11.º jogo sem 72 horas de intervalo e com o super pai Uribe em destaque (0-2).

Uribe foi pai na última quarta-feira, deixou concentração para assistir ao nascimento, jogou com o Sp. Braga e voltou a ser titular 68 horas depois com o Gil Vicente
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Uribe foi pai na última quarta-feira, deixou concentração para assistir ao nascimento, jogou com o Sp. Braga e voltou a ser titular 68 horas depois com o Gil Vicente

Uribe foi pai na última quarta-feira, deixou concentração para assistir ao nascimento, jogou com o Sp. Braga e voltou a ser titular 68 horas depois com o Gil Vicente

Qualquer clube, de maior ou menor dimensão, tem momentos melhores e piores durante uma época. Se existem exceções são mesmo para confirmar a regra – como aconteceu na última temporada com o Bayern, o caso à parte em tudo incluindo o que não se resume à esfera desportiva. Depois, há um ponto que distingue uns de outros que passa pela capacidade de reação à adversidade. Neste particular, o FC Porto destacava-se das restantes equipas. E essa era não só uma marca de Sérgio Conceição na equipa mas também do próprio clube, da sua identidade, da sua cultura. Foi isso que aconteceu após a derrota com o P. Ferreira, no final de outubro, que teve como resposta uma série de 17 jogos sem perder com 15 vitórias. Foi isso que não aconteceu após o empate caseiro frente ao Boavista, após uma primeira parte para esquecer. E esse era o grande motivo da desilusão do técnico no último jogo.

FC Porto regressa às vitórias em Barcelos frente ao Gil Vicente e sobe ao segundo lugar (à condição)

Olhando apenas para as competições nacionais, a má entrada no Dragão com os axadrezados acabou por custar o quarto empate consecutivo da equipa entre Campeonato e Taça de Portugal. Seguiu-se a vitória nos descontos na Madeira frente ao Marítimo (antecedida pela noite de glória diante da Juventus) e mais dois resultados pesados para os azuis e brancos, com o nulo no clássico a deixar a liderança na mesma a dez pontos antes da derrota com o Sp. Braga em casa que valeu a eliminação da Taça de Portugal. Mais uma vez, os dragões tiveram uma entrada em falso, errática e “horrível” (descrição de Pepe) que levou novamente Sérgio Conceição a falar da importância de ter a mesma atitude do primeiro ao último minuto e de representar os valores do FC Porto. E foi essa também a tónica no lançamento do terceiro encontro da época com o Gil Vicente entre Primeira Liga e Taça de Portugal.

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Depois da vitória do Sporting na receção ao Santa Clara, os dragões perdiam toda e qualquer margem de erro na trajetória no Campeonato, antes do decisivo encontro em Turim. Muito do que poderia ser o resto da temporada até maio dependia não só do resultado mas também da resposta que os azuis e brancos dariam em Barcelos.

“Nesta época em que se fala tanto em Covid, esse cansaço mental para mim não existe. Cansaço mental têm as pessoas que estão doentes, tanta gente com dificuldades para pagar contas, para comer… Aí é preciso força mental e uma atitude grande na vida. Agora, no futebol? Treinadores e jogadores? Pessoas que aparecem todos os dias na TV? Que têm o privilégio de fazer o que gostam e ainda por cima são bem pagos? Tenho dificuldade em entender esse cansaço mental. Temos um autocarro com todo o conforto, ficamos em hotéis top, estamos num clube que merece todo o respeito do mundo, que nos permite estar na melhor competição de clubes do mundo. Cansaço físico existe. O Pepe jogou debilitado, fisicamente é terrível. É um campeonato anormal mas temos de superar. Quem tiver cansaço mental nestas condições não pode representar um clube como o FC Porto, é impossível”, começara por destacar em resposta a um possível desgaste também mental da equipa nesta fase.

“Não é possível cometer os erros que cometemos. Fico muito aziado se faltar algum tipo de atitude aos jogadores, não só no futebol como na vida. Quando falta isso, falta tudo. Muitas vezes não é que eles não queiram, tenho de os motivar, se tiver de fazer o pino ou me despir… Quero que eles entrem bem. Tentamos ser competitivos”, referira também, apontando para o momento em que a equipa perde a bola como o mais problemático no plano nacional: “Essa má ocupação do espaço associada a algum facilitismo em alguns casos fez com que tivéssemos sofrido mais golos esta época. Nos anos que estive aqui temos sido a melhor defesa e o melhor ataque, só num ano não fomos. Estamos preparados para defender bem e, quando assim é, estamos preparados para atacar bem”.

Esta noite, em Barcelos, o FC Porto foi tudo isso. Aliás, dentro da vantagem de passar cedo para a frente, o segredo para o triunfo passou mais pelo que a equipa voltou a fazer sem bola do que propriamente pela posse ou em ataque organizado. No entanto, e em paralelo com isso, voltou a pagar o facto de fazer o 11.º jogo da temporada sem 72 horas de descanso (neste caso foram apenas 68 horas) com Pepe a acusar um desconforto muscular que o obrigou a sair por prevenção ao intervalo a par de Corona, que não recuperou de um choque de cabeças. Até aí, sem dois dos grandes líderes em campo, o coletivo azul e brancos deu uma grande resposta, com Wilson Manafá cada vez mais jogador mesmo alinhando como lateral esquerdo, com Sérgio Oliveira a comandar a equipa e os momentos de jogo e Uribe a fazer mais uma exibição de grande qualidade, numa semana onde viu nascer o terceiro filho, Ángel, voltou à concentração da equipa, fez 90 minutos com o Sp. Braga, voltou a estar com a família, fez trabalho de recuperação, teve mais um treino, entrou em estágio e foi um dos melhores no regresso às vitórias.

A escolha da equipa inicial acabou por promover a redenção de Diogo Leite, que não tinha sido mais opção desde o empate com o Boavista em que saiu ao intervalo, e o regresso de Nanu, que não era utilizado desde a arrepiante lesão no encontro com o Belenenses SAD. Mas, em relação ao onze que começou a partida com o Sp. Braga, Sérgio Conceição trocou também Grujic e Luis Díaz, voltando à fórmula ofensiva que iniciou a partida com o Sporting em 4x4x2 com Corona e Otávio no apoio a Marega e Taremi. Apito inicial, primeiro remate, primeiro golo, a história a mudar por completo entre o que era e o que podia ser: na insistência após um canto, com os azuis e brancos a terem um bom posicionamento que permitiu ganhar a segunda bola, Otávio cruzou na direita, a defesa minhota não conseguiu tirar e Uribe apareceu mais uma vez bem na área para “fuzilar” o guarda-redes Denis e marcar o seu quarto golo da temporada, o dobro da última época e sempre jogando como visitante (7′).

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A forma como a equipa entrou em campo começou a construir a vitória, o golo madrugador (o mais cedo jogando fora dos dragões) deu outra tranquilidade no encontro. E a primeira parte resumiu-se sobretudo a todas as boas combinações ofensivas que foram encontrando um muro chamado Denis na baliza e que começaram na prestação defensiva que melhorou e muito em relação ao encontro com o Sp. Braga. Aliás, o mais visível era aquilo que o FC Porto fazia com bola mas o elemento diferenciador foi mesmo o que a equipa conseguiu fazer sem posse, na reação à perda, nas zonas de pressão e na organização defensiva como um todo, que permitiu apenas um remate de meia distância e sem perigo de Lourency (20′). Corona, numa jogada que passou pelos pés de Marega e Taremi, deixou um primeiro aviso a Denis (21′) antes de mais uma grande desmarcação em diagonal explorando a profundidade com assistência de Nanu que o brasileiro defendeu para canto (23′). Só “dava” mesmo FC Porto, que ainda antes do intervalo viu Denis negar por mais duas vezes o golo num cabeceamento de Corona após centro de Wilson Manafá na esquerda (41′) e num remate na passada de meia distância de Otávio (45′).

Aparentemente, tudo corria bem mas Sérgio Conceição teve más notícias quando chegou ao balneário. Pepe, que já tinha manifestado o seu desconforto muscular no final da primeira parte, deu mesmo lugar a Sarr, ao passo que Corona, que ficara debilitado após um choque de cabeças com Rodrigo numa das melhores oportunidades dos azuis e brancos, também saiu para a entrada de Luis Díaz. Duas condicionantes com dois dos jogadores com maior influência na estratégia dos dragões que teriam de ser compensadas não só pelos substitutos diretos mas também por toda a equipa, que também em Barcelos para a Taça tinha sentido dificuldades no segundo tempo com uma bola no poste de Lucas Mineiro antes de Taremi fechar por completo as contas nos últimos minutos.

Por mérito do FC Porto e demérito do Gil Vicente, os segundos 45 minutos tiveram poucas oportunidades e foram sempre controlados pelos azuis e brancos, que permitiram apenas uma vez que os minhotos pudessem marcar numa desmarcação bem feita por Pedro Marques nas costas de Diogo Leite que encontrou Marchesín pela frente na hora do remate para desvio para canto (64′). Em tudo o resto, mesmo sem criar chances, os dragões foram bem melhores, aumentaram a vantagem num grande remate de fora da área de Sérgio Oliveira (60′), chegaram ainda ao terceiro golo em cima do minuto 90 num lance bem anulado a Evanilson por fora de jogo numa primeira instância de Luis Díaz e controlaram o triunfo pensando já no encontro decisivo em Turim… daqui a 72 horas, depois de fazerem mais de 112 quilómetros em Barcelos, mais 5,2 do que o Gil Vicente ao longo de todo o jogo.

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