A ARS de Lisboa e Vale do Tejo recebeu ordens para passar a convocar idosos com mais de 80 anos e doentes de risco com mais de 50 anos usando o critério da idade — era a única do país onde a chamada para vacinação contra o vírus da Covid-19 era feita de forma automática e aleatória. A ordem partiu do coordenador da task force para a vacinação, segundo avança o jornal Público.

“Os Agrupamentos de Centros de Saúde da região de Lisboa e Vale do Tejo estão a convocar os dois grupos de utentes prioritários por ordem decrescente de idade, de acordo com as recentes orientações do coordenador da task force”, esclareceu aquela ARS, acrescentando que a alteração de procedimentos ocorreu há cerca de 15 dias.

Segundo aquela jornal, um dos casos que não terá respeitado as regras, já depois de recebida a ordem, foi o de uma idosa de 99 anos, inscrita numa unidade do centro de saúde de Sete Rios e que, até sexta-feira passada, não tinha sido chamada para a vacinação. A sua filha, depois de saber que uma utente com 84 anos inscrita no mesmo centro de saúde já tinha sido vacinada, fez várias queixas — à Direção Geral de Saúde, à Entidade Reguladora da Saúde e à Provedoria de Justiça.

“A minha mãe, que sofre de Alzheimer e de colite ulcerosa, deve ser das pessoas mais idosas inscritas no centro de saúde de Sete Rios”, disse a filha, Teresa Silva, citada pelo Público, considerando que a ausência de um critério específico para a seleção dos vacinados “configura uma manifesta situação de tratamento desigual e discriminação entre os utentes com a mesma idade inscritos nas administrações regionais de saúde de Lisboa e Vale do Tejo e as restantes regiões do país”.

A Direção Executiva do Agrupamento de Centros de Saúde de Lisboa Norte argumentou que quando estiverem disponíveis mais vacinas que possam ser administradas a este grupo etário, “o centro de saúde de Sete Rios reiniciará a vacinação dos utentes com 80 ou mais anos por ordem decrescente de idade”.

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