O Facebook terá promovido racismo de forma “sistémica” na forma como contratou e promoveu funcionários. A suspeita é da comissão norte-americana para a igualdade de oportunidades no acesso ao emprego [Equal Employment Opportunity Commission, ou EEOC, em inglês], que está agora a investigar a empresa, avança o The Guardian.

Não é comum esta agência abrir investigação deste tipo, optando normalmente por dirimir os conflitos através de mediação ou incentivando os queixosos a processarem as empresas. Contudo, como conta o mesmo jornal, a EEOC classifica algumas situações como “sistémicas” [“systemic“, em inglês], ou recorrentes, em caso que existam várias críticas e possa haver a possibilidade um criar um processo mais alargado contra uma empresa.

Por detrás desta investigação estão vários funcionários do Facebook e pessoas que não foram aceites na empresas. De acordo com o revelado, este grupo de queixosos diz que a empresa liderada e fundada por Mark Zuckerberg discrimina candidatos e funcionários negros baseando-se em avaliações subjetivas e promovendo estereótipos raciais.

Até agora, a EEOC ainda não comentou o caso. Uma investigação deste tipo pode demorar meses, diz o mesmo jornal, relembrando que pode não resultar numa acusação. Ao Guardian, Andy Stone, um porta-voz do Facebook, não comentou o caso, mas disse: “É essencial proporcionar a todos os funcionários um ambiente de trabalho respeitoso e seguro. Levamos qualquer alegação de discriminação muito a sério e investigamos todos os casos”.

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Um dos exemplos dados pelos queixosos quanto às alegadas práticas do Facebook está relacionada com uma das medidas da empresa em dar um prémio de cinco mil dólares (cerca de 4.200 euros) a quem recomendasse alguém para uma entrevista que acabasse por ser contratado. Como o Facebook assume que ainda tem de trabalhar para promover a diversidade dentro da empresa — apenas 3,9% dos trabalhadores nos EUA são negros, dá como exemplo o jornal — a alegação é que a empresa, desta forma, incentiva a que não haja mais diversidade.

Governo Trump queixa-se do Facebook por “discriminação” na contratação laboral por ter contratado 2.600 estrangeiros

Esta não é a primeira vez que o Facebook enfrenta críticas por discriminação na contratação de funcionários. Em dezembro, o Departamento da Justiça dos EUA apresentou uma queixa contra o Facebook por “discriminação” na contratação, acusando a empresa de reservar mais de 2.600 postos de trabalho para estrangeiros, em detrimento de cidadãos dos EUA.