Nas últimas duas semanas de fevereiro, nenhum dos concelhos de Portugal continental e insular se encontrava no nível de risco extremamente elevado, ou seja, estavam todos com uma incidência acumulada abaixo dos 960 novos casos por 100 mil habitantes acumulados ao longo de 14 dias, até dia 2 de março, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde.
No nível muito elevado — entre 480 e 959,9 novos casos por 100 mil habitantes, a 14 dias — estavam oito concelhos (menos seis que na semana anterior), dois deles no arquipélago da Madeira.
Nos restantes concelhos: 27 estão no nível elevado — entre 240 e 479,9 novos casos por 100 mil habitantes — e 273 no nível moderado — abaixo dos 240 casos por 100 mil habitantes. São menos 69 concelhos no nível elevado e mais 78 no nível moderado.
Concelhos |
Incidência a 14 dias: 2.Mar
|
Resende | 947 |
Manteigas | 898 |
Barrancos | 734 |
Funchal | 697 |
Penela | 574 |
Sobral de Monte Agraço | 535 |
Câmara de Lobos | 502 |
Castanheira de Pera | 497 |
Assim, a maioria dos concelhos (88,6%) encontrava-se no nível de risco moderado e, do total dos 308 concelhos, 77 (25%) encontrava-se abaixo dos 60 novos casos por 100 mil habitantes em 14 dias (categoria 1 e 2) — definido como o nível abaixo do qual era possível “uma certa estabilidade”.
“O objetivo é atingir um nível abaixo de 60 casos, isto numa situação com certa estabilidade”, disse Óscar Felgueiras, professor e investigador do Departamento de Matemática da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, durante a reunião do Infarmed esta segunda-feira de manhã.
Entre as quatro categorias, definidas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças, havia a 2 de março:
- 109 na categoria 4 — entre 120 e 239,9 novos casos por 100 mil habitantes, a 14 dias;
- 87 na categoria 3 — entre 60 e 119,9 novos casos por 100 mil habitantes, a 14 dias;
- 52 na categoria 2 — entre 20 e 59,9 novos casos por 100 mil habitantes, a 14 dias;
- 25 na categoria 1 — abaixo de 20 novos casos por 100 mil habitantes, a 14 dias.
Dentro dos 25 concelhos na categoria 1, 11 estavam no arquipélago dos Açores e um na Madeira. Na categoria 2, havia quatro concelhos dos Açores e um da Madeira. Ou seja, as ilhas tinham, a 2 de março, 22% dos concelhos abaixo de 60 casos por 100 mil habitantes.
Lisboa, Porto e mais 13 concelhos de densidade populacional elevada no nível de risco moderado
Os 15 concelhos com maior densidade populacional (Censos 2011) estavam todos no nível de risco moderado — abaixo dos 240 casos por 100 mil habitantes, a 14 dias —, a 2 de março, mas apenas um (Maia) se encontrava abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes, tido como um nível estável para desconfinar.
Oeiras e Lisboa eram, destes concelhos, os que tinham maior incidência a 2 de março (230 e 229 casos por 100 mil habitantes), logo seguidos de Almada.
A Norte, além da Maia, Matosinhos e Vila Nova de Gaia apresentam níveis de incidência que os colocam na categoria 3 — abaixo de 120 casos por 100 mil habitantes —, com o Porto ligeiramente acima (133 casos por 100 habitantes).
Concelhos | Incidência a 14 dias | Categoria de risco |
Amadora | 193 | 4 |
Lisboa | 229 | 4 |
Porto | 133 | 4 |
Odivelas | 230 | 4 |
Oeiras | 178 | 4 |
Matosinhos | 91 | 3 |
São João da Madeira | 114 | 3 |
Almada | 209 | 4 |
Barreiro | 192 | 4 |
Cascais | 187 | 4 |
Vila Nova de Gaia | 96 | 3 |
Seixal | 170 | 4 |
Maia | 48 | 2 |
Espinho | 149 | 4 |
Entroncamento | 146 | 4 |
Coimbra é a única capital de distrito no continente no nível elevado
Entre as 18 capitais de distrito de Portugal continental, Coimbra é a única que apresentava mais de 240 casos por 100 mil habitantes a 14 dias — logo, nível de risco elevado — a 2 de março.
No extremo oposto estavam Castelo Branco, Bragança e Vila Real, na categoria 2 do nível de risco moderado, ou seja, com menos de 60 casos por 100 mil habitantes em 14 dias.
Leiria, Portalegre, Braga, Guarda, Évora e Viseu estão na categoria 3 e os restantes, incluindo Setúbal, Beja e Faro, na categoria 4.
Capital de distrito | Incidência a 14 dias | Categoria de risco |
Aveiro | 156 | 4 |
Beja | 185 | 4 |
Braga | 79 | 3 |
Bragança | 48 | 2 |
Castelo Branco | 38 | 2 |
Coimbra | 297 | 5 |
Évora | 99 | 3 |
Faro | 159 | 4 |
Guarda | 92 | 3 |
Leiria | 63 | 3 |
Lisboa | 229 | 4 |
Portalegre | 63 | 3 |
Porto | 133 | 4 |
Santarém | 143 | 4 |
Setúbal | 231 | 4 |
Viana do Castelo | 128 | 4 |
Vila Real | 54 | 2 |
Viseu | 105 | 3 |
Arronches, Manteigas e Resende apresentam as maiores descidas depois de terem estado no nível extremo
Arronches é o concelho que apresenta a maior descida na incidência acumulada a 14 dias, no dia 2 de março. Na semana anterior, com dados de 23 de fevereiro, o concelho já se encontrava a descer a incidência, mas era um dos três concelhos com mais casos por 100 mil habitantes. O concelho desceu do nível extremamente elevado para elevado.
Boletim DGS. Três concelhos no nível de risco mais alto e 195 no nível mais baixo
Manteigas, que era o concelho com maior incidência na semana anterior, é agora o segundo com maior descida. Resende, que completava o trio de concelhos com mais de 2.000 casos por 100 mil habitantes a 23 de fevereiro, também está agora na lista dos que apresentam as maiores descidas. Estes dois concelhos desceram do nível extremamente elevado para muito elevado.
Concelhos | Incidência a 2.Mar | Incidência a 23.Fev | Variação numa semana |
Arronches | 319 | 1773 | -1454 |
Manteigas | 898 | 1896 | -998 |
Ferreira do Alentejo | 344 | 880 | -536 |
Resende | 947 | 1421 | -474 |
Castro Verde | 86 | 489 | -403 |
Aljustrel | 218 | 618 | -400 |
Monção | 67 | 448 | -381 |
Ponta do Sol | 431 | 803 | -372 |
Sousel | 45 | 408 | -363 |
Rio Maior | 476 | 790 | -314 |
Entre os cinco concelhos com maior subida na incidência acumulada, de 23 de fevereiro para 2 de março, está o Funchal e outro concelho do arquipélago da Madeira (Santa Cruz).
Concelhos | Incidência a 2.Mar | Incidência a 23.Fev | Variação numa semana |
Funchal | 697 | 479 | 218 |
Santa Marta de Penaguião | 379 | 182 | 197 |
Serpa | 350 | 210 | 140 |
Santa Cruz | 477 | 360 | 117 |
São Roque do Pico | 153 | 61 | 92 |
No total, 31 concelhos subiram a incidência acumulada (na semana anterior tinham subido 18), 22 não apresentaram diferenças na incidência e 255 desceram a incidência acumulada numa semana (contra 281 que tinham descido na semana anterior).
Houve quatro concelhos que subiram o nível de risco — entre eles o Funchal — e 91 que desceram, incluindo quatro concelhos que desceram dois níveis. Os restantes 213 mantiveram-se do mesmo nível de risco.
Concelhos que subiram | Nível de risco a 2.Mar | Nível de risco a 23.Fev | Incidência a 2.Mar |
Funchal | Muito elevado | Elevado | 697 |
Santa Marta de Penaguião | Elevado | Moderado | 379 |
Serpa | Elevado | Moderado | 350 |
Castelo de Paiva | Elevado | Moderado | 285 |
Entre os concelhos que desceram dois níveis estão: Arronches (de extremo para elevado) e Castro Verde e Aljustrel (de muito elevado para moderado).
Cinco dos 11 concelhos da Madeira no nível de risco elevado ou superior
O arquipélago da Madeira tinha dois concelhos no nível de risco muito elevado (Funchal e Câmara de Lobos), a 2 de março, segundo o boletim da DGS. Santa Cruz, Ponta do Sol e Machico estavam no nível elevado. Todos estes concelhos tinham mais de 400 casos por 100 mil habitantes a 14 dias.
Os restantes seis concelhos da Madeira encontravam-se no nível moderado, com o Porto Santo na categoria 1 (19 casos por 100 mil habitantes) e São Vicente na categoria 2 (58 casos por 100 mil habitantes).
No arquipélago dos Açores, todos os 17 concelhos se encontravam no nível de risco moderado, 11 deles na categoria 1 e quatro na categoria 2 (incluindo Ponta Delgada) — estas duas categorias abaixo de 60 casos por 100 mil habitantes.