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Eu safo, tu safas, ele Sefe (a crónica do Belenenses SAD-Benfica)

Este artigo tem mais de 3 anos

Foi a cara da má primeira parte, foi o reflexo da subida a pique ao intervalo. Seferovic é um espelho do Benfica, que ganhou ao Belenenses SAD. Porque até quando corre mal, luta para sair bem (0-3).

Haris Seferovic bisou, tornou-se o melhor marcador do Benfica, chegou aos 11 golos no Campeonato e está a quatro da liderança de Pedro Gonçalves
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Haris Seferovic bisou, tornou-se o melhor marcador do Benfica, chegou aos 11 golos no Campeonato e está a quatro da liderança de Pedro Gonçalves

AFP via Getty Images

Haris Seferovic bisou, tornou-se o melhor marcador do Benfica, chegou aos 11 golos no Campeonato e está a quatro da liderança de Pedro Gonçalves

AFP via Getty Images

Duas vitórias, dois jogos sem sofrer golos, o apuramento para a Taça de Portugal. O futebol é momento mas foi a Covid-19 que marcou o momento do futebol do Benfica entre janeiro e fevereiro, altura em que a equipa perdeu o comboio dos primeiros no Campeonato (além da Taça da Liga e, mais recentemente, a Liga Europa). Agora, sem casos e com jogadores a terem capacidade de correr 13 quilómetros/jogo, Jorge Jesus tenta estabilizar o presente e até já fala do futuro. Na Luz, claro. “Tenho contrato de dois anos com o Benfica, quero cumprir o contrato com o Benfica”, destacou sobre os apelos que se continuam a ouvir para regressar ao Flamengo. “Se estou a preparar a próxima época? A partir deste ano, e desde que o mundo teve este problema, temos de nos preparar no futebol. Os clubes não vão investir tanto, tirando algumas exceções. Tudo isso é um processo natural”, realçou.

Benfica vence Belenenses SAD no Jamor com três golos em dez minutos e volta a ganhar fora na Liga

“Se acreditarmos na ciência e na imunidade, já fomos todos contaminados pela Covid-19. Só se houver uma nova onda… Neste momento não temos problema nenhum, temos os jogadores a trabalhar ao mais alto nível físico. Tenho a certeza que a equipa vai recuperar os padrões e a intensidade de quando começou o Campeonato”, referiu ainda, lançando o encontro no Jamor com o Belenenses SAD. Sem margem de erro, com um registo negativo para quebrar: desde o triunfo em Barcelos, na última jornada antes do Natal, que os encarnados não ganham qualquer jogo fora para o Campeonato, numa série de quatro empates e uma derrota (Santa Clara, FC Porto, Sporting, Moreirense e Farense) que tirou 11 pontos ao conjunto de Jorge Jesus, que à exceção do dérbi em Alvalade tinha começado sempre na frente mas sem a capacidade de segurar o resultado ou voltar à vantagem.

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“Claro que é um dado que nos preocupa. E estamos atrás de três rivais, isso também preocupa, independentemente de ganharmos mais em casa não é esse barómetro que nos faz ser positivos. O que nos faz ter preocupações é sentir que temos muitos pontos de atraso em relação aos nossos rivais. Para nos aproximar-nos deles, temos de ganhar. Não há outra forma de fazer contas que não seja jornada a jornada”, salientara. “Vamos encontrar um adversário com uma organização defensiva muito forte, uma equipa que espera pelas oportunidades e que tem uma boa ideia de jogo. Trata-se de um dos adversários mais difíceis a jogar na sua casa. Não sei como está o relvado mas o mais importante é arranjar soluções para todas as dificuldades que o jogo nos vai criar”, acrescentara.

O objetivo estava traçado mas a oportunidade foi também aproveitada para comparar jogos da Primeira Liga e na Europa a nível de faltas e paragens, o que levou Jesus a criticar aquilo que definiu como “uma máxima do futebol português. “É verdade que em Portugal há antijogo, é o dos países da Europa onde há mais, mas isso não é para ser discutido só por treinadores e jogadores, os árbitros precisam de ser chamados. Um guarda-redes tira uma média de dez minutos a pôr a bola em jogo. Depois, a preocupação não é defender, é ‘mata, mata a jogada’. São questões que se colocam não só do ponto de vista desportivo mas também profissional. Se estiveres numa equipa para descer de divisão, com a corda aqui… O que me importa é ensinar os meus jogadores a organizarem-se defensivamente e não fazer faltas, os treinadores portugueses contra o Benfica é ‘mata, mata, mata’. Mata o quê?”, questionou.

Era neste contexto que os encarnados se apresentavam no Jamor, sabendo que Sporting e FC Porto tinham ganho esta jornada e que Sp. Braga, que antes do arranque da jornada tinha quatro pontos a mais, entrava em campo só na terça-feira para o dérbi com o V. Guimarães. A margem era nula e, após 45 minutos desperdiçados, o Benfica confirmou a retoma com três golos em dez minutos que premiaram uma entrada forte a seguir ao intervalo que deixou o Belenenses SAD refém de um destino que nunca conseguiu procurar. E se a imagem de Rafa a ir buscar a bola para uma reposição de bola de Kritciuk marcou essa mudança de atitude depois do descanso, Seferovic voltou a ser a cara da equipa, para o bem e para o mal, sempre com o mérito de lutar por uma história melhor.

O jogo acabou e lá estava ele, de braço estendido, a explicar a Lucas Veríssimo a melhor forma de lhe colocar a bola na profundidade. E minutos antes, quando tudo estava decidido, tinha dado um murro na relva por ver um remate de fora da área sair a rasar o poste e ficara a olhar para Kritciuk num lance onde se meteu no meio dos centrais, roubou a bola mas não arriscou o remate de ângulo muito difícil sem guarda-redes. Antes, no início da segunda parte, teve duas oportunidades e marcou dois golos de classe, com o interior de pé esquerdo, a mostrar que aquele instinto de visar a baliza está sempre presente. E recuando ainda mais um pouco, tinha sido o reflexo da exibição falhada em termos coletivos pelos passes falhados e pelos remates desenquadrados. Tudo porque, e voltamos ao início, tem o mérito de lutar por uma história melhor. De lutar e esforçar-se até quando tudo corre mal.

Ficha de jogo

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Belenenses SAD-Benfica, 0-3

22.ª jornada da Primeira Liga

Estádio Nacional, em Lisboa

Árbitro: Tiago Martins (AF Lisboa)

Belenenses SAD: Kritciuk; Tiago Esgaio, Gonçalo Silva, Tomás Ribeiro; Calila (Dieguinhho, 84′), Yaya Sithole (Bruno Ramires, 74′), Cafu (Taira, 62′), Rúben Lima; Miguel Cardoso (Afonso Sousa, 62′), Silvestre Varela (Francisco Teixeira, 74′) e Cassierra

Suplentes não utilizados: André Moreira, Danny, Jordan e Chima Akas

Treinador: Petit

Benfica: Helton Leite; Diogo Gonçalves (Gilberto, 84′), Lucas Veríssimo, Otamendi, Grimaldo; Weigl, Pizzi (Taarabt, 62′); Rafa (Jardel, 84′), Everton (Pedrinho, 62′); Waldschmidt (Chiquinho, 68′) e Seferovic

Suplentes não utilizados: Vlachodimos, Nuno Tavares, Gabriel e Gonçalo Ramos

Treinador: Jorge Jesus

Golos: Seferovic (55′ e 58′) e Lucas Veríssimo (65′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Bruno Ramires (88′)

“Malta, vamos jogar à bola, vamos dar um grande espectáculo”, disse Tiago Martins aos capitães Pizzi e Gonçalo Silva na escolha de campo. Das duas uma: ou ouviram e não conseguiram ou pura e simplesmente não ouviram. E de forma literal. Os 20 minutos iniciais do dérbi lisboeta foram jogados sem baliza, com muitos passes falhados, a um ritmo demasiado lento num oásis de ideias. Pizzi, que manteve a titularidade na equipa relegando Taarabt para o banco (nota: em termos estatísticos o marroquino foi o melhor e mais regular nos cinco encontros anteriores) e ficando como ‘8’ à frente de Weigl, falhava muitos passes, o alemão não lhe ficava atrás, Seferovic acertou um dos primeiros seis, o Belenenses SAD também via todas as possibilidades de sair em transição cortadas à nascença. O tempo passou, olhava-se para a relva sempre fustigada (mas menos má do que já se viu) e era ainda melhor do que a qualidade de um jogo que tinha apenas do lado encarnado algumas tentativas de dinamizar o corredor direito por Diogo Gonçalves, a respirar confiança e cada vez mais a afirmar-se na frente de Gilberto.

Depois, e a partir de meio do primeiro tempo, houve algumas oportunidades. Poucas, é certo, mas suficiente para darem um pequeno abanão num jogo demasiado estático. E o Benfica conseguiu criar dois bons lances em minutos consecutivos e com formas diferentes de chegar à baliza: Grimaldo jogou mais por dentro, viu bem o movimento de rutura de Pizzi mas o internacional português e hoje capitão não foi a tempo de rematar para desfazer a “mancha” de Kritciuk (24′); Seferovic cabeceou muito mal na finalização de um lance pela direita com Diogo Gonçalves a abrir para dar profundidade e Rafa a aproveitar o movimento para fazer um grande cruzamento para o suíço (25′). Bola na baliza do Belenenses SAD, bola na baliza do Benfica também em versão dupla: Silvestre Varela teve um lance onde puxou para dentro e rematou para defesa fácil de Helton (32′) antes da oportunidade mais flagrante, beneficiando de um cruzamento de Rúben Lima para se antecipar a Otamendi mas voltar a esbarrar mais uma vez no guarda-redes brasileiro (36′). Waldschmidt ainda teve um contra-ataque para lançar Seferovic antes da saída de Kritciuk mas os visitantes fizeram pouco para chegar ao golo e o nulo era um desfecho natural ao intervalo.

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Belenenses SAD-Benfica em vídeo]

Seferovic era um exemplo paradigmático do desacerto do Benfica: muita vontade, muito empenho, apenas três passes certos em dez tentados, dois remates que saíram desenquadrados com a baliza de Kritciuk. Os encarnados precisavam de uma dose extra de tudo. De intensidade, de velocidade, de agressividade, de capacidade. E bastou isso acontecer para Seferovic, que pelo menos nos movimentos que fazia costumava sempre acertar, passar do mau ao melhor: inaugurou o marcador com um toque letal de classe ao primeiro poste após um grande cruzamento de Grimaldo na esquerda numa jogada de envolvência que andou nos pés de Rafa e Everton (55′); aumentou pouco mais de três minutos depois em mais um grande movimento de rutura nas costas do defesa mais à esquerda para receber o passe na profundidade de Diogo Gonçalves para encarar Kritciuk e de pé esquerdo o 2-0 (58′).

O jogo não estava decidido mas o jogo estava “decidido”. E a partir daí veio de forma natural ao de cima o pior que o Belenenses SAD tem mostrado esta temporada, as dificuldades para criar e concretizar oportunidades sobretudo quando se vê obrigado a assumir um pouco mais essa necessidade, e o melhor que o Benfica tem ou pode ter: a solidez defensiva com Lucas Veríssimo a dominar pelo ar, Otamendi cada vez em melhor momento e o coletivo a ocupar muito melhor os espaços; a capacidade de entrar no último terço com perigo quando explora movimentos de rutura nas costas da defesa contrária ou a velocidade dos alas jogando por dentro; e a qualidade de Rafa, que quando recebe entre linhas e tem espaço pode tornar-se diabólico. Lucas Veríssimo, na sequência de um canto curto na esquerda com novo cruzamento de Grimaldo, aumentou a vantagem para 3-0 com o peito aproveitando a saída em falso de Kritciuk (65′) e foram sempre os visitantes a dominar e a ficar mais perto do golo até ao final.

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