Primeiro facto: o plano apresentado pelos peritos na reunião do Infarmed desta segunda-feira prevê que o ensino pré-escolar e as creches sejam os primeiros a abrir. Segundo facto: os peritos apontam 15 de março como o dia em que serão atingidos níveis que permitem começar a desconfinar o país. Terceiro facto: o Governo anuncia no dia 11 de março o plano de desconfinamento. Quer isto dizer que, se o Governo acolher estas recomendações e indicações dos especialistas, podemos ter o anúncio da abertura do pré-escolar e creches na quinta-feira logo para a segunda-feira seguinte. Com o fim de semana pelo meio, resta pouco tempo para preparar o regresso. “Só temos um dia”, aponta Susana Batista, presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular.

A vontade de abrir é evidente. “Há muito tempo que queremos isso”, acrescenta Susana Batista. E o presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas não tem dúvidas de que as creches e jardins de infância irão abrir, mesmo se forem estas as condições. “Se na quinta-feira for anunciado que na segunda-feira o pré-escolar irá abrir, as escolas tudo irão fazer para que essa abertura seja realizada“, afirma Filinto Lima. Mas não é a solução ideal.

É sempre mais fácil confinar do que desconfinar. Nesse sentido, as escolas deverão ser informadas no mais curto espaço de tempo possível. O que nós gostaríamos é informação sobre a estratégia”, defende Filinto Lima.

É certo que esta é a segunda vez que as escolas passam por uma reabertura depois de um período de confinamento como estratégia para travar a pandemia de Covid-19 — o que faz com que tudo já esteja mais agilizado. “No primeiro desconfinamento tivemos de nos preparar com uma série de condições novas que não tínhamos. Houve uma série de alterações que tivemos de fazer que agora não precisamos“, reconhece Susana Batista.

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Ainda assim, há uma preparação a fazer que exige tempo. “Para abrirmos, vamos ter de fazer uma desinfeção geral das instalações”, exemplifica, acrescentando: “Quase todas as creches e jardins de infância têm cantina. Têm de se aprovisionar novamente, têm de encomendar novamente os materiais”.

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A presidente da Associação de Creches e Pequenos Estabelecimentos de Ensino Particular admite que são tarefas que não demoram “muito tempo”, mas “pelo menos de uns três dias úteis” seriam necessários. “A abertura dia 16 ou 17 seria mais conveniente”, afirma.

Ainda assim, este plano e todas as sugestões dadas durante a reunião no Infarmed não são definitivas. Só na quinta-feira é que serão anunciadas as decisões para o desconfinamento do país. “Estamos todos ansiosos sobre o que nos vai dizer o Primeiro-Ministro”, remata Filinto Lima. Para já, as medidas tomadas no último Conselho de Ministros vigoram até à meia-noite de 16 de março — o que também não impede que o Governo não possa decidir abrir as escolas antes.

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