A Câmara Municipal do Funchal e os restantes dez municípios da Região Autónoma da Madeira criaram uma plataforma conjunta para a candidatura do Funchal a Capital Europeia da Cultura 2027, projetada sob o lema “Ir mais além”.
“Sozinhos, provavelmente iríamos mais rápidos, mas juntos vamos conseguir com certeza chegar mais longe”, afirmou o presidente da autarquia funchalense, Miguel Gouveia, na cerimónia de assinatura dos protocolos de parceria, no Teatro Municipal Baltazar Dias.
A Região Autónoma da Madeira é constituída por onze concelhos: Funchal, Santa Cruz, Machico, Santana, São Vicente, Porto Moniz, Calheta, Ponta do Sol, Ribeira Brava, Câmara de Lobos e Porto Santo. O autarca, da coligação Confiança (PS/BE/PDR/Nós, Cidadãos!), sublinhou o “altruísmo” dos municípios do arquipélago ao passar para segundo plano as diferenças políticas, avançando com uma candidatura conjunta.
A nossa concorrência é forte. Temos dez cidades portuguesas que se estão a candidatar a Capital Europeia da Cultura 2027, mas se a concorrência é forte, estes protocolos também mostram a força da nossa vontade atlântica de fazer face a essas candidaturas e de sair com este projeto vencedor”, declarou.
Miguel Gouveia explicou que a candidatura do Funchal assenta em três eixos: diversidade, encontro e descentralização – e pretende integrar o maior número possível de parceiros, entre agentes culturais, associações, cidadãos e também o Governo Regional, de coligação PSD/CDS-PP. O autarca sublinhou que o Funchal se deve apresentar como “espelho da diversidade cultural dos territórios ultraperiféricos” e, desse modo, mostrar que na ultraperiferia também existe “capitalidade e centralidade europeia”.
“Pretendemos dar palco europeu aos nossos agentes culturais regionais e trazer connosco todos os territórios ultraperiféricos que a Europa dispõe”, disse, indicando que todas as cidades geminadas com o Funchal foram também convidadas a participar no projeto. Por outro lado, a candidatura a Capital Europeia da Cultura 2027 visa transformar o Funchal num “local de encontro” físico, geracional, histórico, promovendo uma programação cultural descentralizada.
“A programação cultural que não se vai circunscrever ao território do concelho do Funchal, mas olha para os parceiros [os restantes municípios] como parte integrante dessa programação cultural, porque todos têm aporte cultural para trazer a esta candidatura”, disse Miguel Gouveia.
Portugal lançou no dia 24 de novembro de 2020 o convite para as cidades se candidatarem a Capital Europeia da Cultura em 2027, através da publicação de um aviso em Diário da República que formaliza a abertura do processo. Aveiro, Braga, Coimbra, Évora, Faro, Funchal, Leiria, Guarda, Oeiras e Viana do Castelo são as cidades que já manifestaram intenção em serem Capital Europeia da Cultura 2027, que decorrerá em simultâneo em Portugal e na Letónia.
Segundo o Ministério da Cultura, “a escolha da cidade vencedora será feita por um júri composto por dez peritos independentes, nomeados por instituições europeias, e para o qual Portugal escolherá dois elementos entre janeiro e junho do próximo ano”.
As candidaturas ficam abertas até ao dia 23 de novembro de 2021 e a vencedora será anunciada em 2023. Portugal recebeu o título de Capital Europeia da Cultura três vezes: pela cidade de Lisboa, em 1994, do Porto, em 2001, e de Guimarães, em 2012.